Problemas digestivos são apontados como 1° sinal do coronavírus
Artigos feitos por especialistas na China indicam que médicos também devem focar em sintomas gastrointestinais ao examinar pacientes
atualizado
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Os profissionais de saúde analisam como principais sintomas do novo coronavírus, o Covid-19, tosse seca, falta de ar e febre. No entanto, dois novos estudos feitos na China, e publicados on-line na revista Gastroenterology, indicam que sintomas gastrointestinais devem ser foco dos especialistas na hora de examinar os pacientes.
Pesquisadores em Xangai documentaram que os sintomas variaram entre diferentes populações. Além dos três já considerados como principais sintomas do Covid-19, há relatos de pacientes que tiveram antes diarreia, náusea, vômito e desconforto abdominal.
Estudos anteriores sobre SARS, que estão relacionados ao coronavírus, mostraram que a SARS foi verificada em pacientes após a detecção em amostras de biópsia e fezes, feitas após a alta dos pacientes do hospital.
Os autores do estudo observaram que o primeiro paciente norte-americano admitido em um hospital com coronavírus confirmado teve problemas intestinais no segundo dia internado.
Junto a isso, laboratórios na China conseguiram isolar o coronavírus vivo das fezes dos pacientes, disseram os autores do estudo.
Outra semelhança observada pelos autores do estudo entre SARS e Covid-19 é a existência de lesão hepática leve a moderada nos pacientes. Pouco ainda se sabe sobre a infecção por coronavírus no fígado.
Testes positivos mesmo após alta
No segundo artigo , pesquisadores da província de Guangdong, na China, examinaram o RNA viral nas fezes de 71 pacientes com Covid-19 confirmado durante a internação entre 1° e 14 de fevereiro de 2020.
A idade dos pacientes variou de 10 meses a 78 anos, disseram os pesquisadores. Os autores do estudo relataram que os pacientes permaneceram positivos para o novo coronavírus em exames de fezes, mesmo após testarem negativo nas amostras respiratórias.
Ambos os estudos sugerem que os vírus são liberados no trato gastrointestinal, além de ressaltar que a transmissão fecal-oral – que é quando a pessoa tem contato com as fezes e depois com olhos e boca, por exemplo – pode ser um caminho para a disseminação viral.
Higiene redobrada
Essa nova abordagem sobre os sintomas do novo coronavírus reitera a urgência de que as pessoas precisam adotar regras básicas de higiene para evitar o contágio.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os vírus respiratórios se espalham pelo contato, por isso a importância da prática da higiene frequente, a desinfecção de objetos e superfícies tocados com frequência, como celulares, brinquedos, maçanetas, corrimão, são indispensáveis para a proteção contra o vírus.
Para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos (dedos, unhas, punho, palma e dorso) com água e sabão, e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las.
Além do sabão, outro produto indicado para higienizar as mãos é o álcool gel, que também serve para limpar os objetos como telefones, teclados, cadeiras, maçanetas. Para a limpeza doméstica recomenda-se a utilização dos produtos usuais, dando preferência para o uso da água sanitária – em uma solução de uma parte de água sanitária para 9 partes de água – para desinfetar superfícies.
Utilizar lenço descartável para higiene nasal é outra medida de prevenção importante. Deve-se cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Também é necessário evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas.