Entenda o problema de saúde de Inácio, personagem de Pedaço de Mim
Personagem da série da Netflix tem retinose pigmentar, uma doença autoimune e degenerativa da retina que foi se agravando com o tempo
atualizado
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A série Pedaço de mim, da Netflix, tem movimentado discussões tanto nas redes sociais quanto fora delas sobre os dramas de Liana (Juliana Paes). Entretanto, a personagem que sofre uma superfecundação heteroparental não é a única no enredo a ter uma condição de saúde especial.
O músico Inácio (Vitor Valle/Bento Veiga) perde a visão com o passar dos anos devido a uma retinose pigmentar. A doença afeta um a cada 4 mil nascidos vivos e leva a uma progressiva da visão por uma degeneração da retina.
A condição causa uma degeneração dos cones e bastonetes, parte do tecido ocular que é responsável pela captação de luz: com isso, se prejudica a capacidade da retina de captar imagens.
Inicialmente, a retinose pigmentar leva a uma perda da visão periférica, levando a uma maior dificuldade para enxergar em ambientes pouco iluminados ou noturnos. O avanço da doença pode fazer a visão central também ser comprometida, mas ela nem sempre leva à perda completa da visão.
“A retinose pigmentar é um grupo de doenças hereditárias que afetam a retina do paciente. Ela prejudica a capacidade de distinguir cores, deixando a visão comprometida. A causa principal é hereditária, podendo afetar um olho ou os dois. Para quem tem história familiar, é muito importante fazer acompanhamento para detectar a doença precocemente e fazer o tratamento adequado”, explica a oftalmologista Núbia Vanessa do CBV – Hospital de Olhos.
Ator de Pedaço de Mim também tem a doença
O ator que interpreta o personagem em sua fase adulta também tem retinose pigmentar. “Essa é uma condição que entrelaça minha vida com a de Inácio”, diz Bento Veiga em um post nas suas redes sociais. Ao contrário do personagem, o ator ainda enxerga, mas é uma pessoa com baixa visão e tem percebido o avanço da doença. O pai de Bento perdeu a visão por conta da retinose pigmentar.
Não há tratamento conhecido que possa curar ou mesmo interromper o progresso da condição. Pesquisas recentes apontam que a terapia gênica pode deter o avanço da doença em pessoas que têm apenas a mutação no gene RPE65 como causadora da retinose.
O acompanhamento permanente de um oftalmologista é fundamental para garantir a independência do paciente e para ajudá-lo a manejar e observar sua baixa visão.
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