Consumo de probióticos pode diminuir o declínio cognitivo, diz estudo
Lactobacilos podem ajudar a deter a demência com o avanço da idade e manter uma mente saudável através do intestino
atualizado
Compartilhar notícia
Uma pesquisa divulgada nessa segunda-feira (24/7) no Nutrition 2023 — congresso de nutricionistas dos Estados Unidos — relacionou a ingestão de probióticos à manutenção de uma mente saudável mesmo com o avanço da idade.
Os probióticos são alimentos que contém microrganismos vivos e são benéficos à saúde. Muitos deles contém lactobacilos — as bactérias benéficas produzidas a partir do leite fermentado. Alguns exemplos de alimentos probióticos são coalhadas, iogurtes naturais, kefir, kombucha e leites fermentados.
Segundo a pesquisa, o uso regular de probióticos pode manter a saúde do intestino e, indiretamente, foi relacionado à saúde da memória e do pensamento durante o envelhecimento.
“Nós nos focamos no comprometimento cognitivo leve, que pode incluir problemas de memória, linguagem ou julgamento. As intervenções nesta fase do comprometimento cognitivo podem retardar ou impedir a progressão para formas mais graves de demência”, explicou o microbiologista Mashael Aljumaah, da Universidade da Carolina do Norte, que chefiou o estudo, em comunciado à imprensa.
Como foi a pesquisa?
Os pesquisadores descobriram que quando os participantes do estudo com comprometimento cognitivo leve receberam o probiótico Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) por três meses, suas pontuações em testes cognitivos aumentaram e a saúde do microbioma intestinal também melhorou.
“Conseguimos relacionar que ter um bom microbioma intestinal por meio de probióticos pode ser uma estratégia para melhorar a saúde do cérebro, principalmente em indivíduos com comprometimento cognitivo leve”, afirmou Aljumaah.
O estudo envolveu 169 participantes entre 52 e 75 anos, divididos em dois grupos, dependendo se não apresentavam problemas neurológicos ou se já tinham comprometimento cognitivo leve. Dentro de cada grupo, os participantes receberam o probiótico LGG ou um placebo por três meses.
A ação dos probióticos no intestino
A análise prévia ao tratamento revelou bactérias do gênero Prevotella presentes em maior abundância em quem tinha comprometimento cognitivo leve em relação aos voluntários saudáveis. Para os cientistas, isso sugere que a composição do microbioma intestinal pode servir como um indicador precoce de declínio cognitivo.
Após o uso dos probióticos, a quantidade de microrganismos diminuiu. “Se essas descobertas forem replicadas em estudos futuros, pode ser viável usar estratégias direcionadas ao microbioma intestinal para melhorar a saúde cognitiva”, completa.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.