Primeira menstruação está acontecendo cada vez mais cedo, diz Harvard
A idade média da primeira menstruação caiu de 12,5 anos entre as nascidas de 1950 a 1969 para 11,9 anos nas nascidas de 2000 a 2005
atualizado
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A menarca, primeira menstruação da vida de uma mulher, está acontecendo cada vez mais cedo em comparação com as gerações anteriores, segundo um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
A idade média das meninas na menarca caiu de 12,5 anos entre as nascidas de 1950 a 1969 para 11,9 anos nas nascidas de 2000 a 2005, mostra o estudo publicado em 29 de maio na revista Jama Network.
Entre as explicações para a menstruação cada vez mais precoce estão a obesidade infantil, fatores ambientais – exposição a produtos químicos desreguladores endócrinos, metais ou os poluentes atmosféricos – padrões alimentares (por exemplo, ingestão de açúcar), estresse psicossocial e experiências adversas na infância.
Ao analisar dados de aproximadamente 71,3 mil norte-americanas, os pesquisadores descobriram que a mudança na idade em que se menstrua pela primeira vez é mais evidente em meninas pertencentes a minorias étnicas e a grupos socioeconômicos mais vulneráveis.
As participantes da pesquisa eram usuárias do aplicativo de monitoramento de saúde da Apple e concordaram em compartilhar informações referentes ao nível socioeconômico, duração e regularidade dos ciclos menstruais e saúde ginecológica.
O estudo contou com voluntárias de várias etnias, incluindo negras, brancas, hispânicas e asiáticas. A menarca mais precoce foi registrada entre as asiáticas, negras não hispânicas e multirraciais, em comparação com as brancas; e entre as de níveis socioeconômicos mais baixos.
Idade da primeira menstruação
Cerca de 16% de todas as nascidas entre os anos 2000 e 2005 tinham entre 9 e 11 anos na menarca, o dobro do percentual em relação às nascidas entre 1950 e 1969 (8%).
Os cientistas também observaram o aumento do número de jovens com ciclos menstruais irregulares durante três anos ou mais após a menarca. Eles apontam que este é um fator de risco para problemas de saúde como doenças cardiovasculares, distúrbios metabólicos e câncer nos anos futuros.
“É muito preocupante porque os ciclos irregulares são um indicador importante de eventos adversos de saúde mais tarde na vida. Isso nos alarma. Precisamos fazer mais aconselhamento e intervenção precoce em ciclos irregulares entre crianças e adolescentes”, disse a pesquisadora e principal autora do estudo, Zifan Wang, ao jornal The Washington Post.
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