Pré-diabetes: condição antecede a diabetes, mas pode ser revertida
Especialistas explicam o que é pré-diabetes, condição caracterizada por glicemia alta e que se transforma em diabetes se não for controlada
atualizado
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A pré-diabetes é uma condição assintomática caracterizada pelo elevado nível de açúcar no sangue. Geralmente, o paciente descobre que está com o problema quando realiza seus exames de rotina. Se é uma pessoa que não acompanha a saúde, a fase pré passa desapercebida e o diagnóstico vem quando a diabetes, que é uma doença bem mais grave, já está instalada.
“É importante desmistificar o conceito negativo de quem procura doenças acha, essa ideia leva muitas vezes as pessoas a não fazerem testes de rastreamento porque não querem encontrar uma doença. É importante que as pessoas entendam e adotem uma postura positiva, que é a de procurar para se cuidar”, afirma Maria Augusta Bernardini, diretora-médica da Merck Healthcare para Brasil e América Latina.
De acordo com a literatura médica mundial, pacientes com pré-diabetes, caso não tratem a condição, evoluem para diabetes em cinco anos. A diabetes é uma doença incurável que provoca complicações graves no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos, e pode levar à morte.
Sintomas de pré-diabetes
A pré-diabetes é considerada uma condição silenciosa, pois seus sintomas são muito sutis. O nutrólogo Durval Ribras Filho explica que, alguns sinais, sugerem níveis elevados de glicose no sangue, como:
- Aumento da sede e da fome;
- Cansaço e fadiga inexplicáveis;
- Urinar com mais frequência;
- Ter a visão embaçada e
- Escurecimento da pele, em algumas regiões do corpo.
“A pré-diabetes é uma condição silenciosa, porque, na maioria das vezes, não apresenta sintomas perceptíveis pelo paciente. Porém, é possível detectá-la, precocemente, com exames laboratoriais simples. É essencial e recomendável que as pessoas com fatores de risco fiquem atentas e realizem esses exames regularmente”, comenta Durval Ribas Filho, que é presidente da Associação Brasileira de Nutrologia.
Os fatores de risco para a pré-diabetes são histórico de diabetes na família, resistência à insulina e excesso de peso.
Diagnóstico e tratamento
A glicemia (açúcar no sangue) de uma pessoa sem diabetes, em jejum, deve ser no máximo de 100 mg/dL. Para diagnosticar a diabetes, o indicador deve estar acima de 126 mg/dL em jejum. O pré-diabetes, por sua vez, corresponde a valores entre 100 mg/dL e 126 mg/dL em jejum.
Os exames indicados para detectar se um indivíduo é pré-diabético são o de glicose em jejum, o teste de hemoglobina glicada (HbA1c) e a tolerância oral à glicose (TOTG).
Pré-diabetes é reversível
Ao contrário da diabetes, que é incurável, a pré-diabetes é reversível. “As medidas para reverter a pré-diabetes são muito mais simples do que as necessárias para controlar a diabetes – a maioria dos casos é resolvida com mudanças de vida. São tratamentos menos complexos, mais disponíveis, que geram um impacto extremamente positivo para o indivíduo e para a saúde pública”, aponta a diretora-médica da Merck.
O primeiro protocolo de tratamento da pré-diabetes se baseia em dieta equilibrada, exercício físico, controle do peso e redução do estresse. Em alguns casos, as medidas não farmacológicas não são suficientes e é necessário acrescentar medicação para diminuir os níveis de açúcar no sangue.
A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda o uso da metformina para evitar o diabetes tipo 2 caso a primeira opção de tratamento do pré-diabetes falhe. O remédio é especialmente desejável para pessoas com menos de 60 anos, pessoas com obesidade, mulheres com história de diabetes gestacional, na presença de síndrome metabólica e pacientes com hipertensão.
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