Prader-Willi: entenda a doença na qual a pessoa não para de comer
A síndrome genética faz com que o cérebro não consiga processar a saciedade, o que leva ao desenvolvimento da obesidade mórbida
atualizado
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Nunca saber qual é a sensação de estar satisfeito. Assim é a vida de quem sobre da Síndrome de Prader-Willi. O distúrbio genético que afeta 1 em cada 15 mil pessoas acontece por causa de uma falha de genes no cromossomo 15. Essa falta traz uma série de características específicas, a principal delas é que o cérebro não consegue receber a mensagem de saciedade quando o corpo é alimentado. A consequência é a obesidade mórbida que. em muitos pacientes, podr ser fatal. Por isso é importante um diagnóstico precoce e o tratamento adequado para esta condição que não tem cura.
A Síndrome de Prader-Willi pode apresentar sintomas diferentes em fases distintas. Os bebês podem apresentar hipotonia muscular, dificuldade na amamentação e um atraso no desenvolvimento global. A partir dos seis anos, começa a ser apresentado um apetite insaciável que pode levar ao ganho de peso e chegar à obesidade. Os adolescentes também podem apresentar mãos e pés pequenos, baixa estatura e dificuldades de aprendizado.
Quem sofre da síndrome precisa ser supervisionado o tempo todo e ter uma dieta controlada. Em alguns casos, há até mesmo intoxicação por ingestão excessiva de água. Então, o controle muitas vezes é rígido para que não haja problemas relacionados com a obesidade como diabetes, hipertensão arterial, insuficiência do ventrículo direito, edema gravitacional, trombose venosa profunda e embolia pulmonar.
De acordo com a Associação Brasileira da Síndrome de Prader-Willi, para saber se alguém sofre do distúrbio genético é preciso estar atento aos seguintes sinais:
– Movimentos fetais diminuídos, bebê letárgico, com choro fraco;
– Dificuldade de sucção e pouco ganho de peso nos primeiros meses de vida;
– Ganho de peso rápido ou excessivo entre 1 e 6 anos de idade;
– Traços faciais distintivos: olhos amendoados, boca pequena, com lábio superior fino e cantos curvados para baixo;
– Hipogonadismo – hipoplasia genital, incluindo testículos que não desceram e pênis pequeno; puberdade tardia, com menstruação escassa ou inexistente;
– Atraso no desenvolvimento global antes dos 6 anos de idade e deficiência cognitiva de leve a moderada ou problemas de aprendizagem em crianças mais velhas;
– Hiperfagia; interesse e/ou obsessão por comida;
– Possíveis acessos de raiva, comportamento obsessivo-compulsivo, opositor, rígido, possessivo, teimoso, mas também amável e afetuoso;
– Distúrbios do sono;
– Estatura baixa;
– Hipopigmentação – pele e cabelo mais claros que os pais;
– Mãos e/ou pés pequenos.