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Por que variante Delta dificulta imunidade coletiva e fim da pandemia

Mutação mais transmissível bagunçou previsão de que o mundo estaria protegido quando cerca de 70% da população estivesse vacinada

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1 de 1 Coronavírus ilustração - Foto: Pixabay

A imunidade coletiva – ou de rebanho, como ficou popularmente conhecida – é uma estimativa usada para determinar a quantidade de pessoas que precisam ser imunizadas para conter a transmissão de um vírus.

No início da pandemia, os especialistas em epidemiologia falavam que seria necessário imunizar 70% das pessoas para controlar a Covid-19. Agora, com o surgimento e a alta circulação de variantes do Sars-CoV-2 e, em especial da Delta e da Gamma, esses mesmos especialistas falam que será necessário vacinar ao menos 90% da população.

O Brasil, atualmente, tem 27,9% da população adulta do país totalmente imunizada contra a Covid-19. Ou seja, indivíduos que já receberam as duas doses ou a vacina de aplicação única.

“As variantes deixaram a imunidade coletiva mais longe. Agora precisamos de um número de pessoas vacinadas muito maior do que aquele projetado anteriormente”, afirma Mônica Levi, integrante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “Está claro que 70% não é suficiente porque 30% de uma população como a do Brasil sem imunização é muita gente”, completa.

O surgimento da variante Delta e sua notável capacidade de transmissão também fizeram a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudar o tom. Na quarta-feira (4/8), a agência internacional de promoção à saúde reconheceu não saber o percentual de vacinados necessários à proteção comunitária.

Saiba como o coronavírus ataca o corpo humano:

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Transmissibilidade

A variante Delta, encontrada originalmente na Índia, é até 100% mais transmissível do que a cepa original do novo coronavírus, encontrada na China, e 30% a mais do que a variante Gamma, encontrada em Manaus. Isso explica porque ela vem se espalhando rapidamente.

A Delta foi apontada como um dos motivos para o colapso no sistema de saúde da Índia, em meados de abril. Também se tornou motivo de preocupação em países que já tinham alcançado um patamar expressivo de vacinados, como os Estados Unidos e Israel. Ambos voltaram atrás em medidas de flexibilização como, por exemplo, a não obrigatoriedade de máscaras para os vacinados.

A infectologista Ana Helena Germoglio explica que, de acordo com os estudos disponíveis, as pessoas infectadas com a variante Delta começam a transmitir o vírus cerca de quatro dias antes de iniciarem os sintomas. “É um dado importante que impacta na transmissibilidade, pois as pessoas nem desconfiam que estão doentes e estão espalhando o vírus”, afirma.

Vacinas

Além da alta transmissibilidade, outro fator que precisa ser levado em consideração em relação à Delta é a efetividade das vacinas. Não há dúvidas de que os imunizantes são eficazes para combater o coronavírus, diminuindo casos graves e mortes. No entanto, as fórmulas atuais tendem a oferecer uma proteção um pouco menor para as infecções provocadas pela variante, o que reforça a necessidade de campanhas de imunização mais abrangentes para a construção de uma barreira contra a circulação do vírus.

Na avaliação de Mônica Levi, da SBIm, é necessário pensar na imunização dentro de um cenário global. Ou seja, só teremos uma situação de normalidade com a doença controlada de forma endêmica – assim como aconteceu com o vírus H1N1, quando o mundo inteiro estiver com uma cobertura vacinal massiva. A expectativa é que isso aconteça nos próximos dois anos.

Até que a imunidade coletiva seja atingida, será preciso seguir as medidas de cuidado para não se infectar, que incluem o uso correto de máscara, respeito ao distanciamento social e higiene das mãos, além do ciclo de vacinação completo.

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