Por que o Brasil não tem o soro que estudante picado por Naja precisa
A família do jovem brasiliense precisou importar dos Estados Unidos a substância necessária para o tratamento
atualizado
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O universitário Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, segue internado e lutando pela vida após ser picado por uma cobra Naja kaouthia. A família do jovem brasiliense precisou importar dos Estados Unidos o soro antiofídico necessário para o tratamento, porque não há mais frascos no Brasil. A última dose foi enviada pelo Instituto Butantan ainda na terça e não foi o suficiente. Mas por que o país tinha tão pouco soro?
O Butantan informou, por meio da assessoria, que não há frascos de soro para Naja porque esse tipo de cobra “não existe no Brasil” e, portanto, também não produz antídoto para tratamento de acidentes com esse tipo de serpente.
Assim como o Metrópoles publicou na quarta, a Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) investiga se a serpente foi alvo de tráfico internacional de animais exóticos.
Com a cobra capturada e à disposição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Zoológico de Brasília, havia a possibilidade de usá-la para produzir o soro. Isso, porém, também não deve ocorrer.
O Butantan, um dos três destinos possíveis da Naja, informou que tem expertise apenas na produção do soro antiofídico de cobras peçonhentas encontradas no país: cascavéis (anticrotálico), jararacas (antibotrópico) e corais (antielapídico). Desta forma, não está nos planos do instituto usar a cobra capturada para auxiliar na produção de soro contra Najas.
A importância do soro
O soro antiofídico é formado por anticorpos (produzidos a partir do veneno da própria serpente com a hiperimunização de cavalos) e o seu principal objetivo é neutralizar o veneno que se encontra no sangue e nos tecidos da pessoa que sofreu a picada de cobra.
Como existem vários tipos de soro antiofídico, é extremamente importante saber de qual serpente partiu o ataque.