Pesquisa explica por que as pessoas engordam de novo após emagrecer
A dopamina está por trás do reganho de peso após o emagrecimento, segundo pesquisa publicada na Nature Metabolism nesta segunda-feira (12/6)
atualizado
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Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Amsterdã (UMC), na Holanda, afirmam ter descoberto por que a maioria das pessoas recupera o peso perdido logo após uma dieta bem-sucedida para emagrecer.
A dopamina está por trás do reganho de peso, segundo mostra a pesquisa publicada, nesta segunda-feira (12/6), na revista Nature Metabolism. O neurotransmissor está envolvido nos sentimentos gratificantes relacionados à ingestão de alimentos.
Os autores do estudo explicam que sensação de saciedade relacionada à alimentação depende de uma integração entre sinais metabólicos e neuronais – ou seja, cérebro, intestino e transporte de nutrientes no sangue estão envolvidos nesse processo. Essa rede desencadeia sensações de fome e saciedade, regula a ingestão de alimentos e a motivação para buscar comida.
De acordo com os pesquisadores, as respostas cerebrais diminuem em pessoas com obesidade – a rede não consegue ativar o mecanismo de saciedade. E mesmo após a perda de peso, é difícil recuperar o funcionamento normal, o que pode afetar o comportamento alimentar.
Pesquisa estudou dopamina
O estudo contou com 60 voluntários adultos– 30 pessoas com peso corporal considerado saudável e 30 com obesidade. Eles receberam infusões no estômago de carboidrato, gordura e água e tiveram as atividades cerebrais e a quantidade de dopamina medidas durante o experimento.
Os indivíduos com obesidade liberaram menos dopamina em uma área do cérebro importante para a motivação voltada à ingestão de alimentos em comparação com pessoas com peso corporal saudável. Elas também demonstraram uma resposta menor na atividade cerebral.
Os pesquisadores apontaram que, mesmo aqueles que perderam de 10% do peso corporal após uma dieta de 12 semanas, não conseguiram restaurar as respostas cerebrais aos patamares considerados normais.
“No geral, essas descobertas sugerem que a detecção de nutrientes no estômago e intestino e/ou de sinais nutricionais é reduzida na obesidade e isso pode ter consequências profundas para a ingestão de alimentos”, afirma a professora de endocrinologia da UMC Mireille Serlie, principal autora do estudo.
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