Poluição pode causar danos cerebrais semelhantes ao Alzheimer
Pequenas partículas de poluentes causariam mudanças nas estruturas do cérebro, acelerando o declínio da memória e a perda cognitiva
atualizado
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Pesquisadores da Universidade de Oxford descobriram mais um motivo para fugir de locais muito poluídos. Segundo eles, a poluição do ar pode alterar estruturas cerebrais, causando perda de memória semelhante à experimentada por pacientes com Alzheimer. A pesquisa foi publicada na revista especializada Brain.
Os cientistas estudaram 998 mulheres com idades entre 73 e 87 anos e livres de demência. Ao longo dos 11 anos de estudo, as participantes realizaram testes e aprendizado e memória, bem como exames de ressonância magnética para que os estudiosos pudessem detectar atrofia cerebral ou perda cognitiva.
Em seguida, os médicos pontuaram a deterioração cerebral das participantes e as compararam com a atrofia cerebral característica da doença de Alzheimer. Eles também combinaram os dados da Agência de Proteção Ambiental sobre poluição do ar com os endereços residenciais das mulheres.
O levantamento descobriu que, quanto maior a exposição ao material particulado 2.5 (PM2.5) — um minúsculo material particulado que penetra facilmente nos pulmões e na corrente sanguínea — menores as pontuações nos testes cognitivos. Os pesquisadores excluíram participantes com demência prévia e acidente vascular cerebral.
Os exames de imagem mostraram, ainda, que o aumento da exposição ao PM2.5 estava associado ao aumento da atrofia cerebral, mesmo antes do aparecimento de sintomas clínicos de demência.
Uma outra pesquisa, feita pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, mostrou que a poluição também está relacionada ao aumento de casos de distúrbios neuropsiquiátricos, como transtorno bipolar, depressão e esquizofrenia.
Nos Estados Unidos, municípios com a pior qualidade do ar apresentaram aumento de 27% dos casos de transtorno bipolar e de 6% nos de depressão, quando comparados a locais menos poluídos. Os pesquisadores também encontraram uma “forte associação” entre a poluição do solo e riscos de transtornos de personalidade. (Com informações do The New York Times)