PNAD: 36% dos não vacinados contra Covid não acreditam nos imunizantes
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua investigou os motivos que levaram os brasileiros a não se vacinarem contra a Covid-19
atualizado
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Até o primeiro trimestre de 2023, 11,2 milhões de brasileiros com 5 anos ou mais não tinham tomado nenhuma dose das vacinas contra a Covid-19. Os motivos para não se imunizar contra a doença que matou 712.205 pessoas no Brasil são os mais diversos, incluindo crenças pessoais, medo de reações adversas ou recomendação de um profissional da saúde.
O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (24/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. Na última edição da pesquisa, realizada no primeiro trimestre de 2023, foi incluído no questionário um módulo suplementar de perguntas para a investigação de aspectos relacionados à Covid-19, incluindo a vacinação, a ocorrência da infecção e a persistência dos sintomas.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) considera como indivíduo vacinado aquele que tem o esquema primário de duas doses de vacina contra a Covid-19. A meta é vacinar 90% da população para manter a circulação do vírus controlada — 58,6% da população completou o esquema vacinal, de acordo com os dados da PNAD.
Motivos para não se vacinar contra a Covid-19
Durante a pesquisa do IBGE, os brasileiros foram questionados sobre quantas doses da vacina tinham tomado até aquela data e, caso não tivessem nenhuma, o que levou à decisão de não se vacinar.
Entre os adultos, o principal motivo mencionado foi “não confia ou não acredita na vacina” (36%), seguido por “medo de reação adversa ou de injeção” (27,8%) e “não acha necessário, acredita na imunidade e/ou já teve Covid” (26,7%). Em menor proporção foram citados “por recomendação de profissional de saúde”, “não tinha a vacina que queria tomar” disponível ou outros motivos não listados.
Entre os mais jovens – com idades entre 5 a 17 anos –, o “medo de reação adversa ou de injeção” foi o mais citado (39,4%), seguido por “não acha necessário, acredita na imunidade e/ou já teve Covid” (21,7%) e “não confia ou não acredita na vacina” (16,9%). Os pesquisadores destacam que para as crianças e adolescentes, a decisão de não se vacinar pode ter partido dos próprios pais ou responsáveis.
Crianças estão mais desprotegidas
Entre as 11,2 milhões de pessoas não vacinadas, correspondente a 5,6% da população brasileira com 5 anos ou mais, 6,3 milhões eram homens e 4,9 milhões eram mulheres. Desses, 5,7 milhões eram crianças ou adolescentes, com idades entre 5 a 17 anos; e 5,5 milhões eram adultos, com 18 anos ou mais.
Proporcionalmente, o grupo mais jovem foi o que teve uma proporção maior de não vacinados: 14,8% do total das crianças e adolescentes não tinham tomado nenhuma dose do imunizante contra a Covid-19 até a data da pesquisa. Entre os adultos, apenas 3,4% deles não se vacinaram.
Vacinação incompleta
Embora ainda haja quem não queira se vacinar contra a Covid-19, 58,6% da população afirmou ter tomado todas as doses recomendadas até o primeiro trimestre de 2023.
Os pesquisadores também procuraram entender os motivos que levaram as pessoas que tinham tomado a primeira dose a não voltar para completar o esquema vacinal. O principal motivo foi o “esquecimento ou falta de tempo” (29,2%).
Mas também houve quem não fosse por “não achar necessário, tomou as duas doses que gostaria e/ou não confia na vacina” (25,5%), porque “está aguardando ou não completou o intervalo para tomar a próxima dose” (17,5%), por ter “medo de reação adversa ou teve reação forte em dose anterior” (16,5%), por outros motivos (6,8%), ou porque “a vacina que queria não estava disponível” (4,6%).
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