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Vítimas do PMMA: saiba riscos da substância para além dos estéticos

A utilização do PMMA em procedimentos estéticos pode acarretar em problemas de saúde. Alguns deles são tão graves, que há risco de morte

atualizado

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Montagem/Reprodução/Acervo Pessoal
Vítimas do PMMA
1 de 1 Vítimas do PMMA - Foto: Montagem/Reprodução/Acervo Pessoal

Em 2023, a modelo Lygia Fazio morreu aos 40 anos em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC), que foi associado a aplicações de PMMA (polimetilmetacrilato). A saúde dela vinha sendo tema de notícias desde 2022, quando ela ficou mais de 100 dias internada por causa de preenchimentos com a substância.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda o uso do gel injetável apenas em pessoas que tenham desenvolvido deformações corporais decorrentes de doenças graves, como a poliomielite e a aids. Ainda assim, o PMMA é usado indiscriminadamente em clínicas de estética pelo Brasil afora.

Muitos profissionais da saúde, incluindo médicos, aplicam o PMMA em pacientes dizendo se tratar de outros preenchedores – como o colágeno e o ácido hialurônico, que são mais seguros e mais caros. A mudança busca baratear os custos médicos.

Lygia Fazio
Modelo Lygia Fazio morreu aos 40 anos

Quais são os riscos do PMMA?

Pacientes que fizeram preenchimentos com PMMA podem enfrentar complicações como dores, inflamações crônicas e problemas renais. E, para retirar a substância do corpo, muitas vezes são necessárias cirurgias plásticas mutiladoras.

A professora Mayra Ianhez, que dá aulas de dermatologia na Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que os prejuízos podem ocorrer anos depois das aplicações. “Mesmo muito tempo depois de aplicado, o PMMA pode migrar dentro do corpo e atingir áreas importantes, inclusive os nervos. As infecções são comuns e ocorrem tanto devido às reações imunológicas ao preenchedor, como às inflamações provocadas pela substância”, afirma.

A Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SBPC) destaca que o uso de PMMA para fins estéticos pode levar a:

  • Processos inflamatórios e infecciosos;
  • Necrose de pele e adjacências em contato com o plástico;
  • Restringir ou causar a morte de partes do sistema cardiovascular;
  • Causar infecção renal, caso entre na corrente sanguínea e seja levado aos rins;
  • Cegueira, em casos nos quais o procedimento pressione ou invada o globo ocular;
  • Embolias pulmonares, especialmente em preenchimentos feitos no nariz;
  • Óbito decorrentes de infecções graves.

Por causa dos riscos de complicações, o preenchedor não tem sido usado nem mesmo por pessoas que teriam a indicação de uso. “Esse produto foi usado por muitas décadas no preenchimento estético, mas tem sido desaconselhado justamente pelo número de complicações associadas”, aponta Maria Roberta Martins, representante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). “É crucial que os pacientes estejam cientes dos riscos de procedimentos com PMMA e que se assegurem de não usá-lo”, aconselha.

O que fazer para se proteger

Ao decidir fazer um preenchimento estético, é necessário realizar pesquisas prévias e longas sobre o grau de especialização do profissional escolhido. A professora Mayra recomenda que os procedimentos sejam feitos apenas por médicos especialistas (dermatologistas e cirurgiões plásticos) que tenham registro no Conselho Federal de Medicina (CFM).

Além disso, o paciente deve verificar os frascos dos produtos que serão aplicados em seu corpo.

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