Planta sul-africana pode ser a nova “maconha” medicinal
Estudo demonstrou que planta sul-africana tem compostos da maconha que podem ser usados no tratamento de várias doenças
atualizado
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Em uma planta usada em rituais religiosos na África do Sul, cientistas israelenses descobriram a existência de compostos químicos (canabinoides) semelhantes aos da cannabis, popularmente conhecida como maconha. Um estudo com os resultados desta pesquisa foi publicado, no começo do mês, pela revista Nature Plants.
Parente dos girassóis, das margaridas e dos alfaces, a Helichrysum umbraculigerum produz canabigerol (CBG) e outras cinco substâncias. A descoberta, segundo os cientistas, reforça o potencial terapêutico do vegetal.
Remédio nas flores
Segundo os pesquisadores há, no entanto, uma diferença significativa entre a Helichrysum umbraculigerum e a cannabis. Na planta sul-africana, os compostos químicos estão espalhados pelas folhas, enquanto os da cannabis ficam concentrados nas flores.
Os pesquisadores do Weizmann Institute of Science, em Israel, analisaram todo o vegetal em laboratório. O grupo descobriu 40 compostos químicos do tipo — a cannabis concentra 100.
Apenas seis são idênticos entre si nas duas espécies. Isso significa que é possível encontrar ainda mais compostos para impulsionar seu potencial terapêutico.
Os pesquisadores detectaram na Helichrysum umbraculigerum a ausência do canabidiol (CBD) e do tetrahidrocanabinol (THC), os canabinoides mais famosos da cannabis.
No entanto, a Helichrysum umbraculigerum tem altas concentrações do CBG, composto estudado de forma promissora no tratamento de vários distúrbios neurológicos e contra o câncer.
Vantagens
Uma das vantagens é que a planta estudada não provoca nenhum efeito psicoativo. O estudo destaca ainda que a nova espécie pode ser inclusive mais rentável, se pensar em produção em larga escala, já que altos níveis de CBG, por exemplo, seriam mais facilmente obtidos.
“Encontramos uma nova fonte importante de canabinoides e desenvolvemos ferramentas para sua produção sustentada, o que pode ajudar a explorar seu enorme potencial terapêutico”, explicou Shirley Berman, uma das autoras do estudo, em comunicado.