1 de 1 Imagem colorida de morador de rua sentada pobreza - Metrópoles
- Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
Um estudo publicado pela revista científica Nature Reviews Disease Primers concluiu que pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica desenvolvem múltiplas doenças crônicas dez anos mais cedo do que as mais ricas. Logo, essa população convive por mais tempo com enfermidades que exigem acompanhamento médico frequente e uso de remédios.
A pesquisa foi comandada por cientistas de diversos países, inclusive do Brasil. Profissionais da Dinamarca, Reino Unido, Austrália, Estados Unidos e Peru também empenharam os seus esforços para chegar a essa conclusão. Por aqui, o estudo ficou sob a responsabilidade da equipe da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Segundo os pesquisadores, a multimorbidade, termo relacionado ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas por uma pessoa, está associada à morte prematura, pior qualidade de vida e aumento do uso dos serviços de saúde. Além disso, a pobreza e as dificuldades econômicas podem causar mais problemas de saúde mental e expõem as pessoas a uma maior irritabilidade.
Os cientistas mostraram que as pessoas mais pobres geralmente não têm acesso a informações que ajudariam a ter hábitos mais saudáveis, e nem condições de arcar com uma alimentação equilibrada ou exercícios físicos regulares. A dificuldade em garantir os direitos humanos básicos também pode ser um dos fatores que dificultam uma vida com menos comorbidades.
Pesquisa
O trabalho publicado na revista Nature promoveu revisão e debate sobre a literatura médica existente sobre o tema.
No levantamento, cientistas descobriram que em, um estudo escocês, mesmo o país tendo alta renda e baixa desigualdade social, os indivíduos de maior vulnerabilidade socioeconômica sofriam com mais doenças antes dos mais ricos. De acordo com os pesquisadores, o fato aponta que a multimorbidade é um problema de saúde pública mundial.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de mortes no Brasil. Segundo a instituição, a maioria dos óbitos poderiam ser evitados ou postergados com cuidados preventivos e medidas terapêuticas
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Para a SBC, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças do coração podem ser o suficientes para reverter quadros graves. Para isso, é necessário saber identificar os principais sintomas de problemas cardiovasculares e tratá-los, caso apresente algum deles
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Dentre as doenças cardiovasculares que mais fazem vítimas fatais, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) se destaca. Ele é causado devido à presença de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos cerebrais. Entre os sintomas estão: dificuldade para falar, tontura, dificuldade para engolir, fraqueza de um lado do corpo, entre outros
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Imagem ilustrativa de pessoa com dor no peito
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A cardiomiopatia é outra grave doença que acomete o coração. A enfermidade, que deixa o músculo cardíaco inflamado e inchado, pode enfraquecer o coração a ponto de ser necessário realizar transplante. Entre os sintomas da doença estão: fraqueza frequente, inchaços e fadiga
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O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo sanguíneo no músculo miocárdio é interrompido por longo período. A ausência do sangue na região pode causar sérios problemas e até a morte do tecido. Obesidade, cigarro, colesterol alto e tendência genética podem causar a doença. Entre os sintomas estão: dor no peito que dura 20 minutos, formigamento no braço, queimação no peito, etc.
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Uma das doenças do coração mais comuns, e grave é a insuficiência cardíaca. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear o sangue para o organismo. A enfermidade provoca fadiga, dificuldade para respirar, fraqueza, etc. Entre as principais causas da enfermidade estão: infecções, diabetes, hábitos não saudáveis, etc.
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A doença arterial periférica, assim como a maioria das doenças do coração, é provocada pela formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias que levam o sangue para membros inferiores do corpo, como pés e pernas. Colesterol alto e tabagismo contribuem para o problema. Entre os sintomas estão: feridas que não cicatrizam, disfunção erétil e inchaços no corpo
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Causada por bactérias, fungos ou vírus de outras partes do corpo que migram para o coração e infeccionam o endocárdio, a endocardite é uma doença que pode causar calafrios, febre e fadigas. O tratamento da doença dependerá do quadro do paciente e, algumas vezes, a cirurgia pode ser indicada
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Causada devido à inflamação de outros músculos cárdicos, a miocardite pode causar enfraquecimento do coração, frequência cardíaca anormal e morte súbita. Dores no peito, falta de ar e batimentos cardíacos anormais são alguns dos principais sintomas
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Além dos sintomas comuns de cada uma das doenças cardiovasculares, cansaço excessivo sem motivo aparente, enjoo ou perda do apetite, dificuldade em respirar, inchaços, calafrio, tonturas, desmaio, taquicardia e tosse persistente podem ser sinais de problemas no coração
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Segundo a cartilha de Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apesar de alguns casos específicos, é possível prevenir problemas no coração mantendo bons hábitos alimentares, praticando exercícios físicos e cuidando da mente
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O estudo considera doenças crônicas como hipertensão, diabetes, depressão, obesidade e cardiopatias.
A multimorbidade afeta principalmente os idosos. No Brasil, cerca de metade das pessoas com mais de 60 anos convive com duas ou mais doenças crônicas. Entretanto, o grupo com o maior número de afetados por essa condição é composto por adultos com menos de 60 anos de idade.
Efeitos da pandemia
Além disso, o estudo concluiu que a crise da Covid-19 impactou a questão da multimorbidade. Antes desse período, os pacientes com diversas doenças crônicas já enfrentavam um desafio. Depois da pandemia, a situação se agravou, principalmente para pessoas que precisavam de um acompanhamento médico frequente. Os casos de depressão e ansiedade também cresceram nesses dois anos.
Estudos futuros
Os pesquisadores enfatizaram que o estudo internacional confirma a necessidade dos cientistas entenderam melhor a multimorbidade justamente para traçar estratégias mais efetivas. No entanto, ainda são necessários mais estudos sobre o assunto, já que o tema é um desafio para a comunidade científica.
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