metropoles.com

Pessoas diabéticas podem beber? Endocrinologista responde

O consumo de álcool para portadores de diabetes não é proibido, mas deve ser bastante esporádico

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Getty Images
Copo de cerveja e taça de vinho
1 de 1 Copo de cerveja e taça de vinho - Foto: Getty Images

Pessoas com diabetes podem consumir bebidas alcoólicas, mas é preciso cuidado redobrado. Isso porque, além de aumentar a quantidade de açúcar no sangue (glicemia), as bebidas são alimentos calóricos que alteram os níveis de triglicérideos e da pressão arterial, favorecendo eventos cardiovasculares.

“O paciente diabético é alguém que precisa diminuir o consumo calórico para perder peso e controlar a glicemia no sangue. Mas o álcool é um alimento, é uma caloria. Um grama de açúcar tem quatro calorias, um grama de gordura tem nove e um grama de álcool tem sete calorias. Fora as calorias da cevada, do trigo, e das outras bebidas destiladas”, explica Ricardo Botticini Peres, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Um cenário possível é o quadro de hiperglicemia associado às bebidas. O álcool abre o apetite da pessoa, e favorece escolhas alimentares inadequadas ou em excesso, perdendo o controle glicêmico. “Também tem o caso do diabético que sai para beber com os amigos e se esquece de comer. Ele vai bebendo e, quando percebe, fez um quadro de hipoglicemia [quando a glicose está abaixo de 70 mg/dl]”, diz Peres.

Segundo o especialista, até mesmo o consumo de uma cerveja light ou sem álcool pode ser prejudicial para os diabéticos.

 

9 imagens
No corpo humano, a insulina, hormônio fabricado pelo pâncreas, é quem controla a quantidade de glicose no sangue após a alimentação
Sem esse hormônio, as células não conseguem absorver a glicose e, consequentemente, não têm energia para um bom funcionamento. O resultado da "pane" é o aumento do nível de açúcar no sangue
A glicose alta, também conhecida por hiperglicemia, acontece quando a taxa de açúcar no sangue está acima de 100 mg/dL
Se ocorre com frequência, o quadro pode levar a problemas de saúde
Alguns sintomas podem ajudar a identificar a glicose alta, como, por exemplo, visão turva, sede excessiva, dores de cabeça, vontade frequente de urinar, cansaço e sonolência
1 de 9

A glicose é um carboidrato e é utilizada pelas células como principal fonte de energia

iStock
2 de 9

No corpo humano, a insulina, hormônio fabricado pelo pâncreas, é quem controla a quantidade de glicose no sangue após a alimentação

iStock
3 de 9

Sem esse hormônio, as células não conseguem absorver a glicose e, consequentemente, não têm energia para um bom funcionamento. O resultado da "pane" é o aumento do nível de açúcar no sangue

Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil
4 de 9

A glicose alta, também conhecida por hiperglicemia, acontece quando a taxa de açúcar no sangue está acima de 100 mg/dL

Getty Images
5 de 9

Se ocorre com frequência, o quadro pode levar a problemas de saúde

Breno Esaki/ Agência Saúde
6 de 9

Alguns sintomas podem ajudar a identificar a glicose alta, como, por exemplo, visão turva, sede excessiva, dores de cabeça, vontade frequente de urinar, cansaço e sonolência

iStock
7 de 9

A glicose frequentemente alta e sem tratamento pode evoluir para diabetes

Breno Esaki/ Agência Saúde
8 de 9

No entanto, em fase inicial, o problema pode ser controlado por meio de hábitos alimentares saudáveis e da prática de exercícios físicos

iStock
9 de 9

Alguns alimentos, como grãos integrais, legumes, frutas, carnes magras, leites e derivados podem ajudar a baixar o excesso de açúcar no sangue

iStock

 

Toxicidade

De acordo com Peres, o consumo de álcool deve ser regulado porque afeta órgãos importantes e provoca danos celulares a longo prazo. “Em qualquer pessoa, a partir do consumo de cerca de 60 gramas por dia de álcool [150 ml de vodca ou de uísque, por exemplo], poderá ocorrer uma aceleração da morte de celular. O álcool mata células do fígado, do coração e do cérebro”, afirma.

No diabético, o risco dessa morte celular é mais significativo porque há uma irrigação menor dos órgãos-chave (fígado, coração, cérebro e rins) em razão dos níveis de glicemia e colesterol elevados — especialmente no caso de pacientes sem controle da doença —, que levam ao estreitamento dos vasos sanguíneos. “O paciente diabético tem a microcirculação alterada, e isso pode levar a um quadro de retinopatia diabética, de nefropatia diabética ou miocardiopatia diabética”, completa o especialista.

O consumo de álcool para portadores de diabetes, portanto, não é proibido, mas é fundamental redobrar o cuidado e a responsabilidade para não perder o controle da doença. “Não recomendamos o consumo, mas, eventualmente, a quantidade que um diabético deve tomar é de, no máximo, um copo. Não diariamente. Apenas ocasionalmente e em eventos sociais. Cabe ao médico alertar o seu paciente diabético para o risco de danos celulares”, alerta. (Fonte: Agência Einstein)

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?