Pesquisas anteriores já mostraram que fatores como a dieta e a prática de exercícios físicos podem afetar a saúde dos ossos de maneiras diferentes, bem como o risco de uma pessoa desenvolver demência. O novo estudo feito por cientistas do Centro Médico da Universidade Erasmus, na Holanda, encontrou uma ligação entre a perda óssea e a recorrência de deficiências cognitivas.
“É possível que a perda óssea ocorra já nas fases iniciais da demência, anos antes de qualquer sintoma se manifestar. Se esse for o caso, a perda óssea poderia ser um indicador de risco e os pacientes poderiam ser alvo de triagem e melhor atendimento”, sugere o autor do estudo, o médico Mohammad Arfan Ikram, do Centro Médico da Universidade Erasmus, na Holanda.
O estudo foi feito com 3.651 pessoas com idade média de 72 anos. Por mais de uma década, os voluntários passaram por exames de raio-X para avaliação da densidade óssea, fizeram testes físicos, cintilografia óssea e testes para demência.
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O Parkinson, o Alzheimer e a demência são doenças neurodegenerativas que afetam principalmente a população idosa. As condições são progressivas e, com o passar do tempo, o paciente torna-se mais dependente do cuidado de terceiros
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É comum que, no estágio inicial, os sintomas sejam confundidos com o processo natural do envelhecimento. No entanto, familiares e pessoas próximas devem ficar atentas aos sinais
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Também é importante buscar ajuda de médicos, pois quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de controlar o caso e retardar o avanço das doenças, bem como aumentar a qualidade de vida dos pacientes
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O Parkinson provoca a morte de neurônios que produzem dopamina e desempenham papel importante no sistema locomotor. Os homens são os mais acometidos
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Os familiares do paciente devem ficar atentos aos primeiros sinais de lentidão, rigidez muscular e tremores frequentes, que são mais característicos desta condição
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O Alzheimer, por sua vez, afeta mais a população feminina. Ele provoca a degeneração e a morte de neurônios, o que resulta na alteração progressiva das funções cerebrais
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As consequências mais recorrentes são o comprometimento da memória, do comportamento, do pensamento e da capacidade de aprendizagem
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A demência é progressiva e os sintomas iniciais bastante conhecidos: perda de memória e confusão são os mais comuns. A condição atinge até 25% das pessoas com mais de 85 anos no Brasil
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Problemas na fala e dificuldade em tomar decisões também estão entre os sinais. Porém, há outros indícios sutis que podem alertar para o desenvolvimento de alguns tipos de doenças degenerativas
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Problemas de visão: um estudo feito no Reino Unido pela UK Biobank mostra que pessoas com degeneração macular relacionada à idade têm 25% mais chance de ter demência
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Perda auditiva: pode estar ligada a mudanças celulares no cérebro. Mas a perda de visão e audição pode levar o idoso ao isolamento social, que é conhecido há anos como um fator de risco para Alzheimer e outras formas de demência
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Mudanças de humor: pessoas com quadros iniciais de demência param de achar piadas engraçadas ou não entendem situações que costumavam achar divertidas e podem ter dificuldade de entender sarcasmo
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Problemas na gengiva: pesquisas apontam que a saúde bucal está relacionada a problemas mentais e pode estar ligada também à diabetes tipo 2, pressão alta, colesterol alto, obesidade e alcoolismo — todos também são fatores de risco para a demência
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Isolamento social: o sintoma pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. A falta de paciência com amigos e familiares e a preferência por ficar sozinho podem ser sinais de problemas químicos no cérebro ou falta de vitaminas
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Outros sinais que podem indicar doenças neurodegenerativas, são: desinteresse pelas atividades habituais, dificuldade em executar tarefas do dia-a-dia, repetir conversas ou tarefas, Desorientação em locais conhecidos e dificuldade de memorização
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Quando o experimento começou, nenhum dos participantes sofria de demência, mas 19% deles (688 pessoas) desenvolveram a síndrome em um período médio de 11 anos. Dos 1.211 participantes com menor densidade óssea corporal total, 90 desenvolveram deficiências cognitivas em dez anos. Entre as 1.211 pessoas com maior densidade óssea, 52 terminaram o estudo com diagnóstico de demência.
Depois de ajustar os fatores de perfil dos voluntários, como idade, sexo e histórico familiar de demência, os pesquisadores descobriram que as pessoas com a menor densidade óssea tinham 42% mais chances de desenvolver a condição do que os indivíduos no grupo com ossos mais saudáveis.
Os autores do estudo destacam que os resultados mostram apenas uma associação entre as duas condições. Eles não provam que a baixa densidade óssea cause demência. “Mais estudos são necessários para entender a conexão entre densidade óssea e perda de memória”, afirma Ikram.
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