Pesquisadores treinam, com sucesso, cães para farejar coronavírus
Cientistas ensinaram 6 animais a identificar amostras de suor de pessoas infectadas. Taxa de acerto variou entre 76% e 100%
atualizado
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Cientistas da França e do Líbano conseguiram treinar seis cães farejadores para identificar o coronavírus em amostras de suor de pessoas infectadas. Publicado na revista científica PLOS One, o estudo mostra que, após algumas semanas de treinamento, os animais foram capazes de identificar corretamente as amostras com uma taxa de sucesso entre 76% e 100%.
Com cerca de 300 milhões de receptores olfativos (contra 6 milhões dos humanos), os cães conseguem reconhecer cheiros muito sutis. A teoria dos pesquisadores é que o Sars-CoV-2 quebra moléculas nas células que exalam um odor particular, como acontece com alguns tipos de câncer que também são detectáveis por cachorros.
Foram usadas 177 amostras de pacientes de cinco hospitais nos dois países, sendo que metade correspondia a pessoas infectadas, e metade, não.
Os responsáveis pelo levantamento apontam que ainda é importante aprofundar a pesquisa porque não foi feito em método duplo-cego, com placebos, como requer o padrão ouro dos estudos científicos. Apenas depois de experimentos assim, será possível descobrir se os cães apenas memorizaram o cheiro das amostras ou se realmente identificaram o odor.
Há várias iniciativas que tentam ensinar cachorros a identificar o cheiro de pacientes com coronavírus. O objetivo é que, em breve, eles sejam usados para reconhecer infectados em multidões, como em aeroportos ou centros comerciais, evitando a possibilidade de transmissão.