Pesquisadores removem pela primeira vez vírus HIV do genoma de ratos
Estudo traz possibilidade inédita de tratamento para pessoas com Aids. A segunda etapa de testes será realizada em 2020 com primatas
atualizado
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A base para a cura da Aids pode estar um pouco mais próxima depois que pesquisadores norte-americanos conseguiram remover pela primeira vez o vírus HIV do genoma de animais vivos. Isso cria uma possibilidade inédita de tratamento, pois as opções disponíveis estão baseadas em antirretrovirais – medicamentos que impedem a replicação do vírus, mas não o eliminam do organismo.
Realizado em ratos por cientistas da Escola de Medicina da Universidade Temple, na Pensilvânia, e do Centro Médico da Universidade de Nebraska, o estudo foi divulgado recentemente na revista cientifica Nature.
A chave do novo método foi combinar dois tipos de ferramentas. A primeira é conhecida como Laser Art e consiste na manipulação de remédios convencionais para proporcionar uma ação mais lenta dentro das células. A vantagem é que ela acompanha o ciclo do HIV, enquanto os remédios comuns possuem curta duração e exigem doses diárias.
Em seguida, os pesquisadores aplicaram outra técnica, batizada de Crispr, que consegue editar os genes das células infectadas com o vírus. No experimento descrito, as células que não haviam sido captadas anteriormente pela Laser Art foram alteradas pela Crispr.
Isoladamente, os dois tratamentos não surtiram o efeito esperado, mas, quando combinados, o vírus foi eliminado em 30% dos 29 ratos usados na pesquisa. A segunda fase de testes do novo método será realizada com primatas e deve durar cerca de nove meses.