metropoles.com

Pesquisadores criam partícula biodegradável para combater o Aedes

Amido de milho e óleo de tomilho são a base de uma cápsula capaz de armazenar e liberar compostos que matam as larvas do mosquito

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
RAFAEL NEDDERMEYER/FOTOS PÚBLICAS
Foto mostra o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue e a zika
1 de 1 Foto mostra o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue e a zika - Foto: RAFAEL NEDDERMEYER/FOTOS PÚBLICAS

O amido de milho, muito utilizado na gastronomia, pode ser um aliado eficiente na luta contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika, febre amarela e chikungunya. O amido e o óleo de tomilho são a base de uma partícula capaz de armazenar e liberar compostos que matam as larvas do mosquito quando em contato com a água. A pesquisa foi conduzida pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicada na revista especializada Industrial Crops and Products.

Além de serem substâncias baratas e abundantes, o amido de milho e o óleo essencial de tomilho têm a vantagem de serem biodegradáveis, ou seja: não causam mal à saúde humana. Segundo Ana Silvia Prata, coordenadora da pesquisa e professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA-Unicamp), os pesquisadores conseguiram obter uma partícula que se comporta exatamente como os ovos do mosquito.

Quando em contato com a água, ela incha e libera o larvicida. A ideia, então, é que as cápsulas sejam dispersas no ambiente antes do período de chuvas, para eclodirem junto com os ovos do Aedes aegypti. Em um primeiro momento, o chamado sistema de liberação controlada de larvicida seria disponibilizado para pequenos reservatórios que costumam acumular água, como vasos de plantas, pneus, garrafas e entulhos diversos. De acordo com os pesquisadores, estudos epidemiológicos indicam que 50% dos focos do mosquito estão em pequenas poças.

Testes feitos em laboratório revelaram que as partículas teriam sobrevida de, aproximadamente, cinco ciclos de chuva. Para chegarem a essa estimativa, os pesquisadores expuseram as cápsulas à água, esperaram que secassem e depois as hidrataram novamente. Após o primeiro contato com a água, as cápsulas soltam cerca de 20% do larvicida, voltando a liberar o veneno normalmente a cada vez que são hidratadas.

Por fim, o timol, principal composto ativo encontrado no óleo de tomilho, impediu a proliferação de microrganismos em recipientes contendo a água. Essa ação ajudou a conservar as partículas mesmo depois de molhadas.

O baixo custo para a produção das cápsulas é um dos grandes atrativos do projeto. Outras substâncias testadas com o mesmo fim, como o extrato de jambu, apresentaram custo final 15 vezes superior ao projeto da Unicamp. Ana Silvia Prata estima que um quilo das partículas custaria cerca de R$ 30. “Seria preciso apenas um grama para cada vaso de plantas, então, um quilo de partículas seria suficiente para muito tempo”, detalha a pesquisadora. “Fizemos esse levantamento sem negociação com fornecedores, o que poderia baixar ainda mais os custos para o consumidor final. Para o governo, seria um investimento ainda mais em conta.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?