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Cientistas revertem diabetes tipo 1 em paciente pela primeira vez

Mulher de 25 anos com diabetes está há um ano produzindo a própria insulina. Pesquisadores apontam que é preciso acompanhá-la por 5 anos

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Imagem de microscópio tonalizada em rosa mostra área do fígado que secreta insulina - Metrópoles
1 de 1 Imagem de microscópio tonalizada em rosa mostra área do fígado que secreta insulina - Metrópoles - Foto: Gettyimages

Com um transplante de células-tronco, cientistas conseguiram reverter a diabetes tipo 1 de uma paciente pela primeira vez na história. Em um estudo publicado na última quarta (25/9) na revista científica Cell, o grupo de pesquisadores chineses afirma que a mulher de 25 anos já está há um ano sem precisar de suplementação de insulina.

Pacientes com diabetes tipo 1 têm uma condição autoimune, e o organismo ataca as ilhotas pancreáticas, que são responsáveis por produzir insulina. Por isso, é necessário fazer a reposição do hormônio e ficar atento aos níveis de glicose no sangue.

Para a pesquisa, células-tronco de três pacientes com diabetes tipo 1 foram extraídas e revertidas para um estado pluripotente, quando podem ser moldadas em qualquer célula do corpo. Usando uma técnica modificada, os cientistas criaram grupos 3D de ilhotas pancreáticas.

Na cirurgia, que aconteceu em junho de 2023, cerca de 1,5 milhões de ilhotas foram injetadas no abdômen da paciente. Normalmente, as células são colocadas no fígado, mas os pesquisadores decidiram instalá-las no abdômen, onde é possível monitorá-las com mais facilidade.

Dois meses e meio depois da intervenção, a mulher já estava produzindo insulina suficiente para viver sem necessidade de suplementação. Os níveis seguem estabilizados um ano após o procedimento. “Agora, eu posso comer açúcar”, comemora a paciente em entrevista à revista Nature.

Comunidade científica pede calma

Apesar de os resultados serem extremamente promissores, cientistas do mundo inteiro lembram que ainda é cedo para afirmar que a paciente está curada. É preciso esperar pelo menos cinco anos para chegar à conclusão.

A mulher estava tomando medicamentos imunossupressores por conta de um transplante de fígado e, por isso, pode ser que o organismo não tenha atacado as ilhotas pancreáticas — ainda existe um risco que o corpo destrua as células. Os cientistas ainda estão tentando criar células que fogem da resposta autoimune.

Os outros dois pacientes que participaram do estudo também tiveram bons resultados, mas ainda não completaram um ano desde o procedimento, o que deve acontecer em novembro. Com os dados, os pesquisadores esperam ampliar o estudo para outras 10 ou 20 pessoas.

Este não é o único estudo tentando curar diabetes tipo 1 com células-tronco. Outras pesquisas, inclusive utilizando dispositivos para evitar que o corpo ataque as células, estão em andamento e os resultados devem ser publicados em breve.

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