Pesquisa reforça eficácia da 2ª dose de vacinas contra variante Delta
Estudo britânico mostra que as vacinas da Pfizer e AstraZeneca têm mais eficácia contra essa variante do coronavírus com a segunda dose
atualizado
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Uma pesquisa publicada nessa quarta-feira (21/7) corrobora a importância de tomar a segunda dose das vacinas que combatem à Covid-19. No estudo, foi apontada eficácia de 30,7%, com variação de 25,2% a 35,7%, das vacinas da Pfizer/BioNTech e da Oxford/AstraZeneca contra a variante Delta na aplicação de uma dose.
De acordo com a pesquisa – conduzida por cientistas do sistema de saúde do Reino Unido e da Universidade de Oxford, também no Reino Unido, em parceria com o Imperial College London, na Inglaterra – essa eficácia aumenta significativamente com as duas doses.
Isso ocorre porque, segundo os cientistas, quando a imunização é completa com as duas doses, as taxas dos dois imunizantes duplicam e, em alguns casos, quase triplicam contra a Delta. Para a AstraZeneca, a eficácia registrada no estudo chega a 67%, com resultados entre 61,3% a 71,8%. Por sua vez, a Pfizer alcança 88%, com variação entre 85,3% a 90,1%.
Com disseminação rápida pelo mundo, a variante Delta tem disparado o alerta para vários países, incluindo o Brasil. Até o momento, essa cepa do vírus foi detectada em 10 unidades da Federação. Segundo o mais recente relatório epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta terça-feira (20/7), a Delta foi registrada em 124 países e ameaça a retomada econômica no mundo.
O estudo britânico também apresenta dados que comparam a eficácia em relação à variante Alfa, que foi registrada primeiro no Reino Unido. Para essa variante, a eficácia alcançada pelas duas vacinas é de 48,7% com apenas uma dose (com variação de 45,5% a 51,7%). Já com as duas doses, a eficácia salta para 93,7% (com intervalo de 91,6% a 95,3%) para a Pfizer. No caso da AstraZeneca, esse índice é de 74,5% (intervalo de 68,4% a 79,4%).
“Foram observadas diferenças modestas na eficácia da vacina com a variante Delta em comparação com a variante Alfa após o recebimento de duas doses da vacina. Esta descoberta apoia os esforços para maximizar a absorção da vacina com duas doses entre as populações vulneráveis”, concluem os autores no artigo publicado na renomada revista científica britânica The New England Journal of Medicine.
De acordo com Gulnar Azevedo, epidemiologista e presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a preocupação com a variante Delta é grande porque ela anuncia um recrudescimento do controle da pandemia e por isso é necessário agilizar a vacinação completa da população.
“Até o momento sabemos que ela não é mais letal e não aumenta a gravidade da Covid-19 em si, mas é muito mais transmissível. Se muita gente se infectar pela variante Delta teremos um quadro pior, porque proporcionalmente são mais pessoas que podem demandar assistência de saúde, que podem sofrer complicações, serem hospitalizadas e vir a óbito”, alerta a especialista.
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