Pesquisa não acha coronavírus em sêmen, mas nem por isso sexo está liberado
Cientistas examinaram amostras de esperma de 34 homens com quadros leves e moderados da doença e não encontraram o Sars-CoV-2
atualizado
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O resultado de uma pesquisa publicada na revista especializada Fertility & Sterility trouxe à tona novamente a pergunta: o coronavírus pode ser transmitido por contato sexual?
Pesquisadores dos Estados Unidos e da China avaliaram amostras de sêmen de 34 homens com quadros leves e moderados da Covid-19 e, em nenhuma delas, o Sars-CoV-2 foi encontrado. Seria uma evidência de que não existe transmissão sexual do coronavírus, apesar dos pesquisadores fazerem a ressalva de que o estudo foi realizado com um número pequeno de pessoas e que os pacientes com quadros graves da doença, com carga viral mais alta, não participaram.
“Se o vírus está nos testículos, mas não no esperma, ele não pode ser transmitido sexualmente”, afirmou o doutor Jingtao Guo, que trabalhou na pesquisa, à Fertility & Sterility.
Mas o que isso muda na sua vida prática em meio à pandemia da Covid-19? Nada. O novo coronavírus se espalha através da tosse, espirros e beijos. Como a relação sexual exige o contato íntimo – e portanto o risco de contágio – não é recomendado quebrar o jejum caso não se esteja em uma relação fixa com alguém, convivendo na mesma casa. É importante lembrar que uma parte das pessoas que têm e transmite o vírus é assintomática.
Apesar de o Sars-CoV-2 não ter sido encontrado nas amostras de sêmen dos pacientes, os cientistas não excluíram a possibilidade de ele alcançar os testículos onde os espermatozoides são formadas. Se isso for confirmado, significa que o coronavírus pode causar danos de longo prazo à saúde reprodutiva do homem.