Pesquisa mostra que vitaminas não reduzem o risco de morte por Covid
Segundo levantamento, a suplementação das vitaminas C, D e zinco não apresenta benefícios para o tratamento da infecção
atualizado
Compartilhar notícia
Apesar de as vitaminas serem essenciais para garantir que o sistema imunológico funcione corretamente para combater infecções, elas não fazem diferença nas chances de desenvolver quadros graves de Covid-19, segundo um estudo publicado na revista científica Clinical Nutrition.
Os pesquisadores da Universidade de Toledo, nos Estados Unidos, analisaram dados de 26 estudos diferentes sobre o papel das vitaminas no tratamento da infecção pelo coronavírus. Foram comparados dados de 5.600 pessoas hospitalizadas com a infecção — não foi verificado benefícios em relação ao risco de mortes em nenhum dos pacientes que recebeu suplementação.
“Muitas pessoas acreditam de forma errada que se você suplementar zinco, vitamina C ou D, pode fazer diferença no quadro de Covid-19. Mostramos que não é verdade”, explicou um dos cientistas, Azizullah Beran, em um comunicado à imprensa.
Os pesquisadores dizem que os resultados não mostram que as vitaminas são desnecessárias ou fazem mal aos pacientes, apenas que não produzem efeitos no tratamento da Covid-19. A vitamina D foi a única que esteve ligada a um menor risco de intubação e diminuição nos dias de internação, mas os pesquisadores dizem que são necessários mais estudos para confirmar a ligação.
“É importante que as pessoas entendam que tomar esses suplementos não se traduz em uma melhor evolução do quadro. A outra mensagem é que a resposta a essa doença é a vacina. A suplementação de micronutrientes não vai substituir a falta de imunizantes ou fazer você não precisar deles“, diz o professor de medicina Ragheb Assaly, também envolvido no levantamento.
Os cientistas alertam ainda que a deficiência de vitaminas deve ser diagnosticada por meio de um exame de sangue, e qualquer suplementação deve ser recomendada por um profissional de saúde.