Um estudo publicado nessa terça (24/5) na revista científica The Lancet Infectious Diseases mostra que o antiviral tecovirimat é eficiente para diminuir os sintomas e o tempo de transmissão de pacientes infectados com a varíola de macaco. O remédio foi criado para tratar a varíola humana, erradicada em 1979.
Os pesquisadores britânicos estão estudando a eficácia do medicamento desde 2008 e testaram o remédio em apenas um paciente — outros três receberam o brincidofovir, que também foi criado para lidar contra a malária humana, mas apresentou danos ao fígado e nenhuma melhora do quadro da varíola de macaco.
O paciente tratado com tecovirimat teve sintomas mais rápidos e transmitiu o vírus por menos tempo. Nenhum dos pacientes evoluiu para quadro grave ou teve complicações severas, mas todos ficaram isolados para evitar a contaminação de outras pessoas.
Outra descoberta importante do estudo é que, apesar de se acreditar que os pacientes deixam de transmitir a doença quando as lesões de pele se curam, os participantes permaneceram contagiosos por pelo menos três semanas depois da infecção.
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Recentemente, diversos países têm registrado casos de pacientes diagnosticados com varíola de macaco, doença rara causada pelo vírus da varíola símia. Segundo a OMS, a condição não é considerada grave: a taxa de mortalidade é de 1 caso a cada 100. Porém, é a primeira vez que se tornou identificada em grande escala fora do continente africano
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A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração
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Segundo o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), "qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola de macacos por contato com fluidos corporais ou itens compartilhados (como roupas e roupas de cama) contaminados"
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Inicialmente, a varíola de macacos é transmitida por contato com macacos infectados ou roedores, e é mais comum em países africanos. Antes do surto atual, somente quatro países fora do continente tinham identificado casos na história
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Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem
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O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias
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Por ser uma doença muito parecida com a varíola, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação
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Apesar de relativamente rara e transmissível, os especialistas europeus afirmam que o risco de um grande surto é baixo
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Em casos severos, o tratamento inclui antivirais e o uso de plasma sanguíneo de indivíduos imunizados
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Ainda assim, os pesquisadores lembram que a pesquisa é muito pequena e os dados sobre a varíola de macaco ainda são muito limitados. “A varíola humana apresenta desafios únicos. Há necessidade urgente de estudos prospectivos com antivirais para esta doença”, escrevem os cientistas.
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