Pesquisa: gravidade do quadro inicial não tem relação com Covid persistente
Estudiosos afirmam que qualquer pessoa, quer tenha sido internada ou não, pode sofrer com efeitos da infecção
atualizado
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A infecção pelo novo coronavírus e seus efeitos no corpo humano seguem intrigando cientistas. Em muitos casos, a doença não acaba após o período de 14 dias e o paciente continua sentindo falta de ar, fadiga e ausência de olfato e paladar por até seis meses após se livrar do vírus.
Segundo pesquisadores do Trinity College, na Irlanda, os sintomas iniciais da Covid-19 não têm relação entre o desenvolvimento da chamada Covid persistente. Ou seja, uma pessoa que ficou internada e um paciente que teve apenas sinais leves durante a infecção têm as mesmas chances de sentir os efeitos da doença por meses.
O estudo, publicado no periódico científico Annals of the American Thoracic Society, analisou 153 pacientes que foram acompanhados, em média, por 75 dias após terem sido diagnosticados. “Descobrimos que fadiga, saúde debilitada e falta de ar são comuns depois da infecção“, explicou Liam Townsend, um dos coautores da pesquisa, ao site EurekAlert.
“Porém, os sintomas parecem não estar relacionados com a severidade da infecção inicial”, conta o pesquisador. O quadro inicial dos pacientes foi dividido em três grupos: não precisaram ser internados, foram internados e precisaram de UTI.
Os participantes passaram por exames de raio-X e de esforço por 6 minutos e responderam um questionário. Os responsáveis pelo estudo se disseram surpresos com o resultado. Além de não encontrar relação entre a gravidade dos sintomas, também não foi identificada nenhuma infecção persistente ou fibrose nos pulmões.
“Esses achados têm implicações para o cuidado clínico, pois demonstram a importância de acompanhar todos os pacientes que foram diagnosticados com Covid-19, não importa a severidade da infecção inicial. Não é possível prever quem terá sintomas prolongados”, afirma Townsend.