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Pesquisa diz que 87,3% dos médicos tiveram Covid nos últimos 2 meses

Estudo mostra a percepção dos médicos de todo o país sobre o atual momento da pandemia de Covid-19. Maioria se diz apreensiva e esgotada

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1 de 1 Profissional de saúde - Foto: Getty Images

Uma pesquisa realizada pela Associação Médica Brasileira (AMB) em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM), divulgada nesta quinta-feira (3/2), mostra que 87,3% dos médicos brasileiros foram diagnosticados com Covid-19 ou conhecem outros médicos do mesmo ambiente de trabalho que foram infectados pelo coronavírus nos últimos dois meses.

O presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, avalia que o grande número de profissionais infectados em um intervalo tão curto está relacionado à alta transmissibilidade da variante Ômicron, dominante no país.

“Em função do tempo de exposição dentro das unidades de saúde, e fora também, mesmo utilizando os equipamentos de proteção individual (EPIs), eles acabam se contaminando e são forçados a ausentar-se temporariamente do trabalho”, explicou.

O estudo mostra a percepção dos médicos sobre o atual momento da pandemia de Covid-19, focada em questões como os impactos da variante Ômicron no sistema de saúde, a própria saúde física e mental, os impactos das fake news no enfrentamento à doença e o nível de aprovação da gestão do Ministério da Saúde na crise de saúde pública.

Os resultados são baseados nas respostas de 3.517 profissionais de todo o Brasil que atuam em unidades públicas e privadas de saúde – 82,2% são da região Sudeste. Os dados foram coletados entre 21 e 31 de janeiro de 2021.

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido

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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas

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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo

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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus

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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível

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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano

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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta

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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

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De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

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Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente

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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde

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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas

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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados

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Impacto da Ômicron nos hospitais

O aumento de casos de Covid-19 relacionados à variante Ômicron fez com que os médicos se sentissem apreensivos (51,6%), esgotados (51,1%), ansiosos (42,7%), insatisfeitos (27,5%), deprimidos (15,6%), pessimistas (14,4%) ou revoltados (12,6%).

Foram relatados casos de médicos com sensação de sobrecarga (64,2%), estresse (62,4%), ansiedade (56,8%), exaustão emocional (56,2%), distúrbios de sono (39,2%), dificuldade de concentração (30,5%) e outros problemas.

“A única maneira de melhorar essa situação de esgotamento das equipes é reduzindo o número de casos de Covid-19 no país. Além disso, eu não vejo como resolver de pronto essa situação”, afirmou o presidente da AMB, César Eduardo Fernandes. O representante avalia que não adianta realocar profissionais quando há carência de mão de obra.

Aproximadamente 45% dos entrevistados avaliaram que faltam médicos, enfermeiros ou outros profissionais de saúde voltados ao cuidado de pacientes com coronavírus nas unidades em que trabalham. Pelo menos 17% deles sentem a falta de diretrizes, orientações ou programa para atendimento.

Gestão do governo

O levantamento revelou que 51% dos médicos brasileiros considera a atuação do Ministério da Saúde na gestão da pandemia péssima ou ruim. Apenas 25,2% considera que a pasta tem feito um trabalho bom ou ótimo.

A confiança no ministério se reflete nas referências que os médicos usam para o tratamento dos pacientes da Covid-19. Apenas 14,6% se apoia nas diretrizes do ministério, enquanto 65,1% segue orientações das sociedades de especialidades e associações médicas.

Fake news

A maioria dos médicos, 57,2%, avalia que a circulação de fake news interfere negativamente no enfrentamento à pandemia pois leva algumas pessoas a minimizar ou negar o problema.

Os presidentes das duas instituições chamaram atenção ao fato de que 13,7% dos profissionais não enxergam as fake news como um problema.

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