Dois estudos relacionam jejum intermitente à diabetes tipo 2. Entenda
Estudo diz que pessoas com diabetes tipo 2 têm perda de peso efetiva se fizerem jejum intermitente, mas outro o indica como causa da doença
atualizado
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Para pessoas que têm diabetes tipo 2, controlar o peso é um desafio especialmente importante. Em muitos casos, a condição, geralmente associada ao sobrepeso e à obesidade, pode ser controlada com o equilíbrio nos ponteiros da balança.
Para ajudar os pacientes a encontrar uma fórmula mais efetiva para manter o peso dentro do esperado, dois estudos recentes se dedicaram a entender a relação entre a dieta e a forma mais efetiva para controlar a doença.
Ambas pesquisas se dedicam a entender o jejum intermitente e sua relação com a diabetes tipo 2. Porém, enquanto uma mostra que esta é a melhor forma de emagrecer para pessoas com a condição, a outra apresenta a adoção da dieta para indivíduos sem a doença como um fator de risco para que eles a desenvolvam.
O primeiro trabalho, dos pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, foi divulgado nesta segunda-feira (24/7) na Nutrition 2023, evento da Sociedade Americana de Nutrição. Ele foi feito com 57 adultos com diabetes tipo 2, todos com sobrepeso ou diabetes, durante seis meses.
A pesquisa recomendou jejum que restringe a alimentação diária a um período entre as 12h e as 20h, sendo permitido apenas consumir bebidas sem calorias fora deste horário.
“Nosso estudo mostra que restringir a alimentação de acordo com o tempo é mais eficiente para pessoas com diabetes tipo 2 perderem peso e também controlarem a quantidade de açúcar no sangue”, afirma a nutricionista Vicky Pavlou, líder do estudo, em comunicado à imprensa.
Os voluntários foram divididos em três grupos. Um fez o jejum intermitente recomendado, outro comeu livremente e o último fez uma dieta que restringia a ingestão calórica em 25% do que eles geralmente consumiam.
Jejum intermitente levou ao dobro do emagrecimento
A queda de peso de pessoas que fizeram jejum intermitente foi significativamente maior, uma média de 5 kg após seis meses, enquanto quem reduziu as calorias perdeu em média 2 kg. Os que continuaram comendo livremente não perderam peso.
De acordo com a pesquisa, o jejum intermitente também foi mais eficiente em levar à perda de massa gorda e ao aumento do HDL, conhecido como colesterol bom. Além disso, os pesquisadores observaram que a adesão à dieta de jejum intermitente foi mais fácil e rápida do que a de contagem de calorias.
“A maioria das pessoas acha difícil se manter em uma dieta de perda de peso baseada em contar calorias e diminuir a quantidade de comida. Nosso estudo mostra que estar atento ao relógio na hora de comer pode ser muito mais eficiente”, conclui Vicky.
Jejum intermitente pode causar diabetes tipo 2?
Entretanto, o jejum intermitente não tem só benefícios. Curiosamente, uma outra investigação recém-publicada apontou que a dieta pode aumentar o risco de desenvolvimento da diabetes tipo 2. Segundo o estudo, feito por pesquisadores espanhóis, quem optou por tomar o café da manhã antes das 8h reduziu o risco de desenvolver a doença em 59% em relação a quem o fez depois das 9h.
A pesquisa, divulgada na revista científica International Journal of Epidemiology em 16 de julho, avaliou mais de 100 mil adultos, dos quais 79% eram mulheres. Foram registrados quase mil novos casos de diabetes tipo 2 durante o estudo. Para os pesquisadores, um café da manhã cedo poderia prevenir a doença nas pessoas que não apresentam o quadro.
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