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Pesquisa brasileira descarta sangue tipo A como mais suscetível à Covid-19

Análise feita com dados de 6,4 mil brasileiros não achou diferenças significativas relacionando o tipo sanguíneo com a incidência da doença

atualizado

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1 de 1 rh nulo sangue - Foto: Getty Images

Um levantamento recente, publicado no New England Journal of Medicine, sugeriu maior suscetibilidade à infecção provocada pelo novo coronavírus em indivíduos do sangue tipo A e menor suscetibilidade naqueles com sangue do tipo O. Uma pesquisa feita com pacientes brasileiros, no entanto, não encontrou essa associação para qualquer um dos quatro tipos sanguíneos: A, B, AB ou O.

A Dasa, líder em medicina diagnóstica no Brasil, foi que conduziu o trabalho com as informações da população brasileira. Para avaliar se a tendência encontrada se repetia aqui, a companhia usou uma base de dados com mais de 2 milhões de exames de fenotipagem garantindo uma adequada distribuição proporcional dos tipos sanguíneos ABO. Dessa base, foram selecionados 6.457 casos testados para Covid-19, dos quais 4.420 foram negativos e 2.037 acusaram positivos.

“Em relação à suscetibilidade à infecção por Sars-CoV-2, não encontramos qualquer diferença estatística entre grupos sanguíneos tipo A e O”, afirma Emerson Gasparetto, vice-presidente da área médica da Dasa.

O especialista reitera que o achado no Brasil é preliminar e que outros estudos genômicos precisam ser desenvolvidos no futuro. A diferença entre a conclusão encontrada aqui e a de outros estudos estaria relacionada a possíveis questões metodológicas.

“A gente encontrou uma ligeira diferença, mas que não representa dado estatístico. Quem deu positivo para Covid-19, tem uma incidência um pouco menor de tipo O e um pouco maior de A, mas, se houver algum efeito, ele é marginal, bem pequeno”, explica José Eduardo Levi, que é um dos autores do trabalho.

A pesquisa está em processo de submissão para ser publicada em revista científica.

O relatório no New England Journal of Medicine fez a varredura do genoma de 2 mil pacientes italianos e espanhóis. Os pesquisadores indicaram que pessoas com sangue tipo A seriam mais suscetíveis ao Sars-CoV-2 e as de tipo O, mais resistentes. Estudos anteriores em países diferentes também sugeriram relação de suscetibilidade entre o sangue A e a infecção provocada pelo novo coronavírus.

 

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