Pelos em excesso? Saiba o que leva mulheres à condição e como tratar
O crescimento exagerado de pelos na face, mamilos, tórax, barriga e glúteos do corpo feminino é chamado de hirsutismo
atualizado
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O excesso de pelos em mulheres nas regiões da face, mamilos, tórax, barriga e glúteos é chamado de hirsutismo. O distúrbio de crescimento anormal dos pelos acomete até 10% das mulheres, sendo mais comum entre as que têm ascendência mediterrânea e mais raro entre as orientais.
Os hormônios masculinos – testosterona, androstenediona, entre outros – são formados principalmente nos ovários e nas adrenais. “Quando há determinadas disfunções nestes dois órgãos pode haver crescimento exagerado de pelos mais grossos, que chamamos de pelos terminais”, explica a endocrinologista Claudia Chang, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Hormônios masculinos
A causa mais comum de hirsutismo é a síndrome dos ovários policísticos. Ela é marcada por um distúrbio que não só acarreta aumento na produção dos hormônios sexuais masculinos, mas também a formação de múltiplos cistos no ovário, irregularidade menstrual, infertilidade, resistência à insulina, diabetes mellitus e obesidade.
O hirsutismo também pode ser causado pela Síndrome de Cushing, quando há presença de níveis elevados do hormônio cortisol produzido pelas glândulas adrenais, pelo uso de hormônios sintéticos ou por enfermidades que envolvem essas glândulas e a hipófise.
A endocrinologista Claudia Chang explica que a obesidade e o sobrepeso, que favorecem o aumento dos hormônios masculinos, também podem levar ao problema. A menopausa e suas alterações hormonais são apontadas como outra possível causa, especialmente, quando o excesso de pelos aparece nas costeletas, queixo e bigode.
Possíveis tratamentos
Quando há alteração hormonal, o ideal é que se faça um tratamento conjunto, no qual o uso de contraceptivos orais ou outras medicações é aliado à extração dos pelos.
O dermatologista Renato Pazzini, integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), sugere a epilação – técnica na qual há a extração do pelo inteiro, incluindo o bulbo piloso, combinada com o uso de medicamentos que bloqueiam o eixo hormonal dos androgênios, que são os hormônios sexuais envolvidos no crescimento dos pelos.
“Desde que não haja contraindicação, os anticoncepcionais costumam ser a melhor opção, pois é fundamental que a paciente não engravide durante o tratamento”, explica Pazzini.
Em relação aos métodos de epilação, é possível optar pelos temporários ou semipermanentes. Como forma temporária, a cera é a mais utilizada, tanto pelo fácil acesso como pelo baixo custo. Já entre as técnicas semipermanentes, os dispositivos de luz pulsada ou laser são os mais procurados.
“O laser costuma ser um método doloroso e são necessárias múltiplas sessões que variam de acordo com a cor da pele e a cor e espessura do pelo. Normalmente, após o tratamento, é preciso ainda manutenções semestrais ou anuais para garantir os resultados”, pontua Renato Pazzini.
Já a eletrólise é um método mais antigo no qual cada folículo de pelo é tratado com cauterização, e costuma ser um tratamento mais demorado e menos prático do que o laser.
De qualquer maneira, os especialistas ressaltam a importância de buscar orientação médica antes de partir para qualquer técnica, até porque será preciso realizar uma série de exames para diagnosticar a origem do hirsutismo e, então, seguir com o tratamento mais indicado.