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Parkinson: MIT desenvolve aparelho para acompanhar pacientes em casa

Cientistas afirmam que aparelho melhora monitoramento da evolução da doença, o que contribui para uma medicação mais eficiente dos pacientes

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N.Fuller, SayoStudio
imagem ilustrativa simulando o funcionamento do aparelho por meio de ondas do corpo emitidas durante o movimento
1 de 1 imagem ilustrativa simulando o funcionamento do aparelho por meio de ondas do corpo emitidas durante o movimento - Foto: N.Fuller, SayoStudio

O Parkinson é uma das doenças neurodegenerativas mais conhecidas e é caracterizado por tremores involuntários no corpo. A condição tende a progredir de forma diferente em cada pessoa, sendo importante acompanhar os efeitos no paciente de perto para orientar o tratamento.

Para melhorar esse acompanhamento, cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, desenvolveram um dispositivo parecido com um roteador de Wi-Fi. Ele consegue monitorar a progressão da doença sem a necessidade do uso de fios.

O projeto foi divulgado no formato de um artigo publicado na revista científica Science Translational Medicine. De acordo com os cientistas, o aparelho permitiu identificar que a velocidade dos movimentos dos pacientes com Parkinson diminuíam muito mais rápido que a de pessoas sem a condição.

Inteligência artificial

O aparelho é capaz de acompanhar a velocidade na qual o paciente caminha e os movimentos dele, definindo de maneira mais precisa o quadro da doença. Ele utiliza um tipo de inteligência artificial, o machine learning, para fazer o monitoramento a partir das ondas emitidas pelo corpo do indivíduo enquanto ele anda pela casa.

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Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular
Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura
Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos
Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida
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Parkinson é uma doença neurológica caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina

KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
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Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular

Elizabeth Fernandez/ Getty Images
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Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura

izusek/ Getty Images
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Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono

SimpleImages/ Getty Images
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos

Ilya Ginzburg / EyeEm/ Getty Images
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Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida

Visoot Uthairam/ Getty Images
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O diagnóstico é médico e exige uma série de exames, tais como: tomografia cerebral e ressonância magnética. Para pacientes sem sintomas, recomenda-se a realização de tomografia computadorizada para verificar a quantidade de dopamina no cérebro

JohnnyGreig/ Getty Images
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O Parkinson não tem cura, mas o tratamento pode diminuir a progressão dos sintomas e ajudar na qualidade de vida. Além de remédio, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Em alguns casos, há possibilidade de cirurgia no cérebro

Andriy Onufriyenko/ Getty Images

O projeto foi liderado por Dina Katabi, professora de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação no MIT. No vídeo criado para divulgar o dispositivo, ela afirma que um dos maiores desafios do Parkinson é escolher a dosagem adequada de medicamentos para cada paciente.

“Nosso aparelho pode ajudar os médicos a fazer isso, porque ele mostra como a velocidade dos passos do paciente varia ao longo do dia. Quando há muita oscilação, é preciso aumentar a dosagem do medicamento”, a professora explica.

Para testar o dispositivo, os pesquisadores implantaram o medidor em 50 domicílios, sendo que em 34 deles o participante tinha o diagnóstico da doença. Durante o período de um ano, os dispositivos coletaram mais de 200 mil dados sobre a velocidades dos passos e outras características de movimentos.

Após os testes, os médicos conseguiram avaliar o quadro dos pacientes e adaptaram os medicamentos da maneira mais precisa a partir das informações coletadas.

Exames remotos

De acordo com os pesquisadores, cerca de 40% das pessoas com Parkinson não têm acompanhamento de um neurologista ou de um especialista na doença; e mesmo aqueles com acesso aos profissionais não possuem o monitoramento adequado. Para os estudiosos, a tecnologia pode preencher essas lacunas.

“Esse estudo demonstra o poder de monitorar a saúde à domicílio: usando um aparelho simples de ondas de rádio, conseguimos medir o quão rápido ou devagar os pacientes se movem no ambiente natural deles. A velocidade de locomoção está atrelada à mortalidade por Parkinson, então o dispositivo poderá ser usado para desenvolver novos tratamentos”, aponta Ray Dorsey, professor de neurologia do Centro Médico da Universidade de Rochester e avaliador da funcionalidade do aparelho.

Agora, os cientistas pretendem avaliar o uso de dispositivos semelhantes para monitorar outras doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e síndrome de Huntington.

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