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Para dar fim à pandemia, OMS quer criação de nova geração de vacinas

Na avaliação da organização, reforço com vacinas baseadas na versão original do vírus é insustentável para acabar com a pandemia

atualizado

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Vacinação contra a Covid em Brasília
1 de 1 Vacinação contra a Covid em Brasília - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmaram, nesta terça-feira (11/1), que será necessário o desenvolvimento de uma nova geração de vacinas contra a Covid-19 para prevenir a infecção e transmissão das novas variantes do coronavírus.

A estratégia pode ser necessária para garantir a proteção contra as novas cepas, diminuindo a transmissão comunitária e a necessidade de medidas sociais e de saúde pública rigorosas, além da necessidade de doses de reforço periódicas.

Em um comunicado sobre as vacinas e o contexto atual, com a alta circulação da variante Ômicron, o Grupo Técnico Consultivo sobre Composição de Vacinas (TAG-CO-VAC) afirma ser improvável que a cepa descoberta em novembro de 2021 seja a última que o mundo verá.

“Enquanto a variante Ômicron está se espalhando rapidamente pelo mundo, espera-se que a evolução do Sars-CoV-2 continue e é improvável que essa seja a última VOC (variante de preocupação)”, escrevem os cientistas.

Eles pedem também acesso amplo das vacinas em todo o mundo, especialmente para grupos prioritários, para garantir a proteção contra doenças graves e morte e, a longo prazo, evitar o surgimento e o impacto de novas variantes.

“Em termos práticos, enquanto alguns países podem recomendar doses de reforço da vacina, a prioridade imediata para o mundo é acelerar o acesso à vacinação primária. Uma estratégia de vacinação baseada em doses repetidas de reforço da composição original da vacina é improvável que seja apropriada ou sustentável”, dizem os especialistas.

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação

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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido

Peter Dazeley/ Getty Images
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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas

Uwe Krejci/ Getty Images
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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo

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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus

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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível

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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano

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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta

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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante

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De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa

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Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente

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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde

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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas

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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados

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Nova geração de vacinas

De acordo com a OMS, as vacinas disponíveis atualmente continuam a proteger contra quadros graves e mortes provocados pelas variantes de preocupação, além de preservar os sistemas de saúde.

No caso da Ômicron, dados preliminares indicam que a eficácia das vacinas é reduzida contra a doença sintomática, contudo, é mais provável que a proteção contra quadros graves seja preservada.

“Até que essas vacinas estejam disponíveis e à medida que o vírus Sars-CoV-2 evolui, a composição das fórmulas atuais pode precisar ser atualizada, para garantir que continuem a fornecer os níveis de proteção recomendados pela OMS contra infecções e doença por VOC (variante de preocupação), incluindo a Ômicron e variantes futuras”, escrevem os especialistas.

Para tanto, os imunizantes precisam ser baseados nas cepas geneticamente próximas das variantes circulantes e provocar respostas imunes amplas, fortes e duradouras para reduzir a necessidade de sucessivas doses de reforço.

A OMS sugere o desenvolvimento de:

  • Uma vacina monovalente que induz uma resposta imune contra as variantes predominantes circulantes;
  • Uma vacina multivalente contendo antígenos de diferentes variantes do Sars-CoV-2;
  • E uma vacina “pan Sars-CoV-2”, que seria uma opção de longo prazo mais sustentável que seria efetivamente à prova de variantes.

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