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Pandemia segue crescendo e só será contida com vacinas para todos os países, alerta OMS

Um ano após início da emergência de saúde pública, Tedros Adhanom Ghebreyesus defendeu equidade no acesso aos imunizantes contra Covid-19

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Tedros Adhanom Ghebreyesus
1 de 1 Tedros Adhanom Ghebreyesus - Foto: Picture Alliance/Getty Images

Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (29/1), o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou que, neste sábado (30/1), completará um ano que a Covid-19 foi declarada emergência global de saúde pública, o que corresponde ao nível máximo de alerta da entidade.

“Há um ano, tínhamos menos de 100 casos, nenhum fora da China. Porém, nas últimas duas semanas, tivemos mais casos do que no primeiro semestre da doença. Há um ano, avisei que o mundo tinha uma janela para controlar a pandemia. Alguns ouviram, outros, não. A vacina está nos dando outra janela”, afirma Ghebreyesus.

O diretor-geral voltou a criticar a reserva e aplicação das doses das vacinas por poucos países, assim como a tentativa de evitar a exportação de partes da fórmula ou imunizantes. “Não faz sentido, o fogo só será extinto quando todos os países tiverem doses. As vacinas são um recurso limitado, que deve ser usado de maneira eficaz e justa”, afirma.

A OMS estabeleceu como objetivo que, até o 100º dia do ano, todos os países tenham começado a imunizar os profissionais de saúde e os idosos. “No começo da pandemia, mostramos nossa admiração e respeito às pessoas que estão na linha de frente aplaudindo da janela. Agora, precisamos garantir que estejam vacinadas”, explica.

A OMS pede que países que tenham mais doses do que precisam façam doações para a Covax Facility, a iniciativa da agência internacional cujo objetivo é garantir a distribuição de vacinas para países mais pobres.

Ghebreyesus lembrou ainda de pandemias anteriores, como a H1N1 e o HIV, quando pessoas de países mais ricos tiveram acesso primeiro a medicamentos e tratamentos enquanto, nas outras nações, a emergência de saúde pública foi se arrastando.

“Queremos repetir a história? Acho que não. Se não dividirmos as vacinas, vamos enfrentar três problemas. O primeiro, é um fracasso moral catastrófico. O segundo, é que a pandemia continuará acontecendo, e o terceiro, é que a economia global vai demorar a se reerguer. É nossa escolha, e espero que escolhamos a coisa certa. É só com solidariedade que poderemos acabar com essa pandemia”, conclui.

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