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Países começam a flexibilizar uso de máscaras. Já é o momento?

Com baixa de casos após a Ômicron e decretando o fim da pandemia, algumas nações já desobrigam o uso do item de proteção contra a Covid

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Ilustração colorida de pessoas com máscara conversando e encarando o vírus-Metrópoles
1 de 1 Ilustração colorida de pessoas com máscara conversando e encarando o vírus-Metrópoles - Foto: Getty Images

Com a queda nos casos de Covid-19 depois da onda causada pela variante Ômicron, alguns países já estão flexibilizando o uso de máscaras. Nos Estados Unidos, por exemplo, algumas unidades federativas já não cobram o uso do item de proteção em ambientes abertos. No Reino Unido, não é mais necessário adotar a máscara no transporte público, nas escolas, ou no comércio, por exemplo.

Apesar de a notícia parecer animadora, uma vez que o cenário internacional da pandemia tende a se repetir no Brasil com algumas semanas de atraso, o epidemiologista vice-presidente da Abrasco, Claudio Maierovich, afirma que a decisão de outros países é apressada.

“Não vejo porque a pressa. Essa atitude de flexibilizar assim que melhora um pouco é uma das causas do sobe e desce que estamos assistindo desde o início da pandemia. Não é só uma curva, são pessoas que adoecem e morrem”, afirma.

O especialista ensina que as máscaras, por serem uma ferramenta barata, fácil de usar e sem contraindicações, deveriam ser uma das últimas medidas a serem descartadas no combate à pandemia.

Cenário brasileiro

Por aqui, Maierovich alerta que a situação da pandemia ainda está longe de ser confortável e defende que a flexibilização das máscaras não aconteça tão cedo. Segundo ele, enquanto o país ainda contabiliza cerca de 100 mil casos por dia e mais de 600 mortes a cada 24h por conta da Covid-19, não é o momento de se despreocupar.

“As pessoas ficam com a imagem de um número alto que tivemos, quando 4 mil pessoas morriam por dia, e que quando está abaixo disso, está tudo bem. Não é assim, o que importa é a soma: ainda que não estejamos no máximo, se ficarmos em um nível médio por mais dias, o resultado é o mesmo”, explica.

Ele aponta que o ideal é que a queda dos casos após o pico seja rápida — o contrário do que se verifica no Brasil. Acelerar a vacinação de quem ainda não tomou a primeira dose, procurar quem deveria ter retornado a segunda e q terceira aplicação, continuar evitando aglomeração e apostar nas máscaras de qualidade são essenciais para controlar a transmissão do vírus.

Ainda que não seja necessário usar máscara ao ar livre quando há pouca gente perto, o item deve ser mantido para evitar que as pessoas criem exceções rápidas ao entrar em locais fechados, ou se aglomerarem, pois isso permite o contágio.

“O indivíduo em um parque, sem máscara, para na barraquinha para pegar um sorvete, e já tem um monte de gente junta. Aí ele para na farmácia e entra rapidinho sem a máscara, porque já está sem mesmo. O que era para ser só para ambientes abertos e distantes acaba virando regra geral”, diz o médico.

“Só dá para conversar sobre o fim das máscaras quando a epidemia passar”, conclui Maierovich.

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