Pacientes que tiveram Covid grave apresentam anticorpos um ano depois
Pesquisa indica que defesas capazes de proteger o corpo de uma nova infecção duram mais para quem apresentou formas graves da doença
atualizado
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Um estudo publicado no domingo (2/5), no site medRixv, ajuda a acumular evidências para responder a uma das perguntas mais intrigantes da pandemia: até quando dura a imunidade adquirida após ter se recuperado da Covid-19?
De acordo com o estudo feito pela Uniformed Services University of Health Sciences, dos Estados Unidos, a duração da atividade dos anticorpos vai depender, principalmente, da gravidade do quadro superado pelo paciente.
No levantamento – que ainda está em versão de pré-publicação, aguardando a checagem de outros pesquisadores –, os cientistas observaram, durante o período de um ano, 250 pessoas que contraíram o coronavírus. Destes, 192 pacientes tiveram Covid-19 leve ou moderada e 58 precisaram de internação.
As amostras de sangue dos pacientes foram coletadas três meses, seis meses e um ano após a recuperação. Ao fim de um ano, 100% do grupo que havia ficado internado tinha anticorpos neutralizantes. Entre as pessoas que contraíram a forma leve ou moderada da doença, esse percentual era de apenas de 18%.
No exame anterior, realizado quando os pacientes tinham completado seis meses de recuperação, 95% do grupo que teve Covid-19 leve ou moderada ainda possuía anticorpos neutralizantes, ou seja, a queda brusca se deu nos seis meses seguintes.
Especialistas acrescentam, entretanto, que as informações sobre anticorpos não são suficientes para prever qual o desfecho de casos em que se tenha contato com o vírus de novo. Isso porque a imunidade celular, garantida pelos linfócitos-T, pode ser suficiente para evitar uma nova infecção.