Pacientes pós-bariátrica trocam compulsão por comida por outra?
Cirurgião explica que acompanhamento especializado no pré e no pós-operatório evita consequências indesejadas da cirurgia
atualizado
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A cirurgia bariátrica é um método de tratamento para quem apresenta um nível grave de obesidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela é indicada para pacientes com IMC acima de 35 Kg/m² que tenham complicações como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue e problemas articulares, ou para pacientes com IMC maior que 40 Kg/m² que não tenham obtido sucesso na perda de peso após dois anos de tratamento clínico.
Apesar de ser bastante utilizado, é um tratamento complexo e com riscos. A intervenção impõe uma mudança fundamental nos hábitos alimentares do indivíduo. Além das orientações técnicas e acompanhamento médico, o paciente precisa de acompanhamento nutricional, psicológico e do apoio da família em todas as fases do processo. Alguns obesos possuem compulsão alimentar e, depois do procedimento, acontece de esse problema psicológico ser transferido para outra área da vida.
“Há casos, por exemplo, em que o paciente transfere a compulsão por alimentos para as compras ou para o consumo de álcool”, reconhece o gastrocirurgião Adilon Cardoso, médico no Hospital do Coração Anis Rassi, em Goiânia. “Essas complicações são abordadas no pré e no pós operatório pelo serviço de psicologia e há medicamentos que podem controlar o quadro. Se o paciente começa a entender que está desenvolvendo esse processo compulsivo, é necessário intervir com a ajuda de um profissional”, explica o médico. De acordo com ele, entretanto, isso não é uma regra, varia de pessoa para pessoa.
O médico Adilon Cardoso reforça que depois da cirurgia é importante que os pacientes compareçam ao consultório pelo menos uma vez por ano para um check up dos aspectos de saúde relacionados ao procedimento.