Pacientes com Covid-19 prolongada podem ter problemas de pele, diz estudo
Pesquisa americana mostra que afetados costumam apresentar erupções cutâneas várias semanas após início dos sintomas
atualizado
Compartilhar notícia
Pesquisadores do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, divulgaram, na última semana, resultados de estudo feito em colaboração com a Academia Americana de Dermatologia e a Liga Internacional de Sociedades Dermatológicas sobre as manifestações da Covid-19 na pele.
Segundo os responsáveis pelo levantamento, pacientes com sinais dermatológicos da infecção pelo coronavírus podem apresentar os sintomas por mais de 130 dias, principalmente entre as pessoas com os chamados dedos de Covid-19, que se caracterizam por uma erupção cutânea nas pontas das mãos e dos pés dos infectados.
Foram analisados quase mil casos de pacientes com manifestações da doença na pele – a duração média dos sintomas entre os participantes do estudo foi de 12 dias. Porém, erupções urticárias e coceiras podem durar até 20 dias; e erupções papuloescamosas (placas parecidas com as de psoríase) se mantêm por uma média de 20 dias, sendo que, em um dos casos, chegaram a 70 dias.
Pessoas com dedos de Covid-19 (vermelhidão e inchaço nos dedos dos pés) precisam lidar com esse quadro por cerca de 15 dias. No entanto, seis pacientes conviveram com o sintoma por pelo menos 60 dias – e dois, por mais de quatro meses.
“Nossas descobertas mostram algo que ainda não foi reportado entre pacientes com sintomas de pele persistentes por causa da Covid-19, em particular os com dedos de Covid-19. A pele é, potencialmente, uma janela visível para a inflamação que está acontecendo dentro do corpo”, afirmou Esther E. Freeman, uma das autoras da pesquisa, durante o 29° Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia.
A cientista pediu que médicos em contato com pacientes positivos para coronavírus façam perguntas e avaliem qualquer sintoma da pele.