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Paciente que teve varíola de macacos desabafa: “Meu medo era espalhar”

Rapaz de 29 anos foi uma das 10 primeiras pessoas com a doença no Reino Unido. Ele acredita que pegou a doença em uma sauna em Madri

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varíola dos macacos
1 de 1 varíola dos macacos - Foto: Bymuratdeniz/Getty

Um dos primeiros pacientes do recente surto de varíola dos macacos contou, nesta terça-feira (7/6), ao jornal britânico The Telegraph sua experiência com a doença e os medos e tabus à cerca de infecção viral que já se espalhou por 30 países.

George – nome fictício escolhido pelo jornal – é um profissional de saúde de 29 anos de Londres. A Inglaterra foi o primeiro país a identificar casos de varíola dos macacos fora da África Central, onde a doença é endêmica em algumas regiões. Desde então, 287 casos foram notificados no país, incluindo George.

O rapaz contou que teve febre, dor lombar “horrível” e os linfonodos sensíveis e inchados nos primeiros dias. Após alguns dias apareceram erupções cutâneas e uma ferida preta na virilha, além de pequenas lesões pelo corpo – no cotovelo direito, na barriga e nas costas.

“Sei que nunca deveria pesquisar sintomas no Google, mas simplesmente não tinha ideia do que era. Eu estava muito preocupado que pudesse ser uma infecção sexualmente transmissível”, disse George pelo Zoom ao The Telegraph.

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A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração
Segundo o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC),  "qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola de macacos por contato com fluidos corporais ou itens compartilhados (como roupas e roupas de cama) contaminados"
Inicialmente, a varíola de macacos é transmitida por contato com macacos infectados ou roedores, e é mais comum em países africanos. Antes do surto atual, somente quatro países fora do continente tinham identificado casos na história
Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem
O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias
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Recentemente, diversos países têm registrado casos de pacientes diagnosticados com varíola de macaco, doença rara causada pelo vírus da varíola símia. Segundo a OMS, a condição não é considerada grave: a taxa de mortalidade é de 1 caso a cada 100. Porém, é a primeira vez que se tornou identificada em grande escala fora do continente africano

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A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração

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Segundo o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), "qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode espalhar a varíola de macacos por contato com fluidos corporais ou itens compartilhados (como roupas e roupas de cama) contaminados"

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Inicialmente, a varíola de macacos é transmitida por contato com macacos infectados ou roedores, e é mais comum em países africanos. Antes do surto atual, somente quatro países fora do continente tinham identificado casos na história

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Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem

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O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias

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Por ser uma doença muito parecida com a varíola, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação

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Apesar de relativamente rara e transmissível, os especialistas europeus afirmam que o risco de um grande surto é baixo

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Em casos severos, o tratamento inclui antivirais e o uso de plasma sanguíneo de indivíduos imunizados

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Exames feitos em uma clínica de saúde sexual não detectaram nenhuma infecção sexualmente transmissível (IST). O início da dor de garganta deu uma luz aos médicos quando George procurou atendimento no Royal Free Hospital. “De repente, todo mundo estava usando EPI e levando isso incrivelmente a sério”, contou.

A confirmação do diagnóstico veio no dia seguinte, em 19 de maio – quando havia menos de 10 casos confirmados no Reino Unido –, por um teste de PCR. George foi isolado em uma ala de doenças infecciosas fechada do hospital inglês para fazer quarentena.

O paciente contou ter quase certeza de que foi infectado durante uma viagem à Madri, na Espanha, no início de maio. Durante a viagem, ele foi com um amigo a uma sauna gay da cidade. Dias depois, o local foi apontado como um hot spot de disseminação da varíola dos macacos.

Embora a doença viral não seja uma IST, autoridades de saúde afirmam que a maioria dos casos está relacionada a homens que fazem sexo com homens.

“Obviamente, antes de saber o que era, eu já tinha estado perto de outras pessoas. Um dos meus maiores medos era se eu tinha passado para outra pessoa, mas fui aberto com todos que eu vi neste estágio e parece que eu não espalhei”, disse ao jornal.

Preconceito

Depois do diagnóstico, George foi vítima de alguns comentários homofóbicos. “Uma pessoa disse que eu tinha pego após sexo desprotegido com outro homem, o que não foi o que aconteceu. Suponho que será apenas algo com o qual eu terei de lidar, mas não estou interessado em dizer a pessoas aleatórias que tive varíola”, revelou.

Recentemente, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que as pessoas não julguem os pacientes pois o preconceito pode fazer com que eles se isolem e não procurem o tratamento adequado.

Recuperação

Os sintomas da doença melhoraram gradativamente em uma semana e, na última quinta-feira (2/6), George recebeu o primeiro resultado negativo após os primeiros sinais da doença.

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