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Paciente com diabetes deve ter atenção com a saúde bucal

O controle da diabetes busca evitar as comorbidades e complicações da doença, como problemas cardiovasculares, falência renal e periodontite

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Pessoa, que aparenta ser um dentista, consultando a boca de um paciente deitado em maca hospitalar - Metropoles
1 de 1 Pessoa, que aparenta ser um dentista, consultando a boca de um paciente deitado em maca hospitalar - Metropoles - Foto: Pexels

O controle da diabetes procura evitar as principais comorbidades e complicações da doença, como problemas cardiovasculares, falência renal e periodontite, inflamação na gengiva e no osso que sustenta os dentes.

A diabetes é caracterizada pela elevação da glicose no sangue, que ocorre devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo funcionarem. Se falta insulina ou há um defeito na sua ação, ocorre o acúmulo de glicose no sangue, que traz diversos problemas à saúde.

As complicações relacionadas à saúde oral estão em 6º lugar entre as mais comuns no diabetes, e, além da periodontite, incluem cáries, lesões, queimação na boca e alterações no paladar.

“O tratamento periodontal faz parte do acompanhamento da enfermidade. Contudo, poucos endocrinologistas e pacientes sabem disso, ou não incluem em sua rotina, as consultas regulares ao periodontista”, explica a periodontista Gisele Martinez, professora do curso de Periodontia do Instituto Aria.

A especialista destaca ainda que o periodontista também é responsável pela triagem de casos suspeitos de diabetes que chegam aos consultórios odontológicos. Algumas manifestações persistentes como secura na boca, gengiva vermelha, halitose e aftas, estão entre os primeiros sinais da doença na boca. “A relação entre a diabetes e a periodontite é um tema que deve ser do conhecimento de endocrinologistas, periodontistas e pacientes”, acrescenta a doutora Gisele.

“É importante que o indivíduo que apresente o diabetes seja informado sobre o risco aumentado para a periodontite e que, se não tratada, o problema oral tem impacto negativo no controle metabólico”, afirma a doutora Gisele.

Sinais de que há problemas

O paciente com diabetes também deve prestar atenção em alguns marcadores de sua saúde bucal. A dentista esclarece que problemas como sangramento nas gengivas durante a escovação ou alimentação, dentes parecendo “soltos” ou com espaçamento entre eles, mau cheiro oral ou sinais de infecção como abscessos ou pus na boca são motivos para marcar uma consulta no periodontista com urgência.

A especialista Gisele Martinez ressalta que a saúde das gengivas e dos ossos impacta no controle sistêmico da diabetes, uma vez que as doenças periodontais podem influenciar no nível glicêmico dos pacientes e impactar outros sistemas do corpo.

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A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas
A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo
Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal
A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais
Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta
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A diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, ela pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratada

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A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas

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A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo

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Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal

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A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais

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Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta

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A diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outros

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Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamento

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É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doença

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Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de risco

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Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecções

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O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (Diabetes)

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Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controle

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Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressão

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Onde buscar ajuda?

A cirurgiã-dentista Lila Louise Franco, também professora do curso de odontologia da Faculdade Aria, lembra que o tratamento da diabetes está disponível no sistema público de saúde e que as equipes de atendimento devem incluir periodontistas, como determinado o Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutico para Diabetes.

Em trabalho apresentado na Reunião Anual da Associação Brasileira de Ensino Odontológico (2023), o grupo de pesquisadoras da Faculdade Aria ressaltou a importância de estados e municípios desenharem um fluxo de encaminhamentos para que a saúde oral dos pacientes com diabetes não seja prejudicada.

“É necessário ter uma política mais delineada de como deve ser seguido o Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutico para Diabetes, pois pela descentralização no SUS, cada Estado e município desenvolve seu próprio fluxo de atendimento e encaminhamento. Portanto é importante que seja ressaltada a necessidade de encaminhamento do paciente a um cirurgião-dentista desde o diagnóstico inicial e o início do tratamento”, afirmaram.

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