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Paciente de câncer deve parar tratamento se testar positivo para Covid-19?

Terapias citotóxicas, como a quimioterapia, reduzem a imunidade e elevam risco de agravamento de infecções como as causadas pelo coronavírus

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1 de 1 Imagem colorida: enfermeira administra soro em hospital - Metrópoles - Foto: Reprodução Daily Mail

Os médicos oncologistas têm feito um grande apelo para que os pacientes com câncer não interrompam o tratamento durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo um levantamento das sociedades brasileiras de Cirurgia Oncológica e de Patologia, pelo menos 50 mil pessoas não foram diagnosticadas com câncer por causa dos cancelamentos de consultas e exames no período entre 11 de março e 11 de maio. Muitos pacientes que precisam ser acompanhados estão com medo de se infectar ao sair de casa.

No entanto, essa recomendação muda quando o paciente oncológico é diagnosticado com a Covid-19. O oncologista Carlos Gil, do Grupo Oncoclínicas, explica que, de maneira geral, as terapias imunossupressoras devem ser suspensas em caso de teste positivo, independentemente do paciente ser sintomático ou não. Isso por que tratamentos citotóxicos, como a quimioterapia, reduzem naturalmente a imunidade das pessoas, aumentando o risco de agravamento de doenças virais como a Covid-19.

O oncologista Daniel Marques, do DF Star, da Rede D’Or, explica que o protocolo é o mesmo de outros tipos de infecção. “Todo paciente com câncer, em tratamento, que tem alguma complicação infecciosa – seja ela bacteriana ou viral –, que necessite de internação, primeiro vai tratar a doença infecciosa. Ele tem que interromper os tratamentos ambulatoriais, como a quimioterapia, para depois fazer uma avaliação e retomar os procedimentos”, explica.

Marques esclarece que, na maioria dos casos, o tempo de interrupção para tratar a Covid-19 não afeta o prognóstico final ou sucesso da quimioterapia, uma vez que, geralmente, esses tratamentos são administrados com intervalos de 21 dias. “Tratamentos de infecção duram de sete a 10 dias dias e, nesse tempo, na maioria das vezes, os pacientes recuperam o sistema imunológico. O protocolo também pode ser modificado a depender do caso”, completa.

Algumas terapias feitas com bloqueadores hormonais, como no câncer de mama, podem continuar pois não influenciam diretamente na imunidade das pacientes, segundo a oncologista da Oncoclinicas Brasília, Claudia Ottaiano. “O prejuízo real é quando o paciente interrompe os procedimentos por conta própria. A telemedicina é uma ótima aliada neste momento”. Os médicos reforçam que quaisquer intercorrências devem ser comunicadas e acompanhadas pelo médico de referência.

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