Ozonioterapia: entenda como tratamento é usado na odontologia
A ozonioterapia já é usada em consultórios odontológicos com bons resultados. Técnica combate bactérias e ajuda cicatrização pós-cirúrgica
atualizado
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Nos últimos dias, foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva uma lei regulamentando a utilização da ozonioterapia como complemento de tratamentos médicos. Embora a aprovação na medicina seja recente e ainda desperte alguma polêmica, essa modalidade terapêutica já era regulamentada e utilizada com eficácia e segurança na odontologia.
O uso do ozônio em tratamentos odontolõgicos foi regulamentado pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) em 2015, pela resolução CFO-166/2015. O método tem grande aplicação e utilidade, principalmente, na especialidade de periodontia – que é a área responsável pelo tratamento e manutenção das estruturas circundantes aos dentes e implantes, tais como as gengivas e os ossos da maxila e mandíbula.
Na odontologia, a ozonioterapia é considerada uma prática integrativa e complementar que, quando somada às práticas clínicas convencionais, tem se mostrado uma aliada ao controle das doenças inflamatórias crônicas como periodontite.
A implantodontista e periodontista Gisele Martinez, coordenadora do curso de periodontia do instituto Aria, explica que o ozônio apresenta efeito antimicrobiano, antioxidante e anti-inflamatório. Ela destaca que a utilização do metódo após a remoção da placa bacteriana e do tártaro melhora a modulação do sistema imunológico, evita uma resposta inflamatória desproporcional e ajuda a controlar a proliferação de bactérias ruins por mais tempo.
Cicatrização mais rápida
A aplicação tópica da ozonioterapia também tem sido relacionada a melhoras na cicatrização e reparação dos tecidos da boca, aumentando o conforto pós-operatório em cirurgias. “Utilizar a ozonioterapia proporciona vantagens para os pacientes, resultando em melhora da qualidade de vida e conforto pós-operatório”, afirma a doutora Gisele Martinez, que aplica o método em seu consultório.
O ozônio é naturalmente encontrado na forma de gás sendo um composto de três átomos de oxigênio. Ele se apresenta em pequenas concentrações de maneira livre no ambiente e nos seres vivos. O gerador de ozônio é um equipamento operado pelo próprio dentista dentro do ambiente do consultório para a produção de água e gás ozonizados.
Para a aplicação tópica, os veículos utilizados são a água, o gás ou o óleo ozonizado. Para realizar tratamentos com ozonioterapia, o cirurgião-dentista precisa ser habilitado em curso de formação após a graduação.
A água ozonizada é usada para bochecho e irrigação durante cirurgias. O gás ozonizado, por sua vez, é utilizado para tratamento de infecções orais, inflamações, gengivite/periodontite, gengivite/periodontite necrosante, necrose/osteonecrose, dor pós-operatória, além de outros aplicações. O óleo ozonizado, é capaz de permanecer sobre o tecido por mais tempo, fazendo uma camada de cobertura com efeito bioestimulatório.
“O tratamento de necroses, principalmente em pessoas que fizeram uso de medicamentos para câncer e osteoporose, é um grande desafio. A aplicação de ozônio nesses casos é um diferencial voltado ao conforto do paciente”, afirma a doutora Gisele Martinez.
Humanização do tratamento
A especialista reforça que as terapias complementares são um avanço no cuidado integrativo e humanizado do paciente. “A percepção de resultados aos tratamentos mudou, antes era somente analisado do ponto de vista técnico e direcionado para a suspensão da doença. Atualmente, o resultado do tratamento também é medido pelo conforto e redução de estresse para o paciente”, aponta a doutora Gisele Martinez, que também atua como professora da técnica.
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