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Ozempic: vale a pena tomar o remédio “off label” para emagrecer?

Quando prescrito por um endocrinologista, após criteriosa avaliação individual do paciente, o tratamento pode oferecer segurança e eficácia

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Aplicador e ampola do remédio Ozempic nas mãos de uma pessoa - Metrópoles
1 de 1 Aplicador e ampola do remédio Ozempic nas mãos de uma pessoa - Metrópoles - Foto: Divulgação

Um medicamento criado inicialmente para o tratamento de diabetes tipo 2 ganhou notoriedade nos últimos anos como aliado no emagrecimento de pessoas obesas ou com sobrepeso. Por causa do “efeito secativo”, o Ozempic passou a ser indicado “off label” (fora da bula) por médicos ou, até mesmo, ser usado sem acompanhamento profissional.

O Ozempic foi aprovado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2018 para tratar pacientes com diabetes. Porém, apesar de não ter aprovação da agência reguladora para ser usado visando o emagrecimento, o remédio apresentou resultados positivos em pesquisas que avaliaram sua eficácia em pacientes obesos.

A endocrinologista Daniela de Paiva explica que a indicação “off label” para emagrecimento só é possível porque há respaldo científico. Ela acrescenta que o uso só é seguro quando o remédio é indicado pelo médico após criteriosa avaliação individual do paciente.

“Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), já aprovou a semaglutida (princípio ativo do Ozempic) para pessoas obesas ou com sobrepeso. Os estudos desse remédio para emagrecimento são muitos bons. Ele promove, em média, 16% da perda de peso corporal. Alguns pacientes tiveram a mesma perda de peso estimada em uma cirurgia bariátrica”, diz Paiva.

A caneta aplicadora da injeção subcutânea do medicamento tem doses de 0,25 mg e 0,5 mg, seis agulhas descartáveis e custa cerca de R$ 900 nas farmácias.

A medicação age na diminuição da fome por meio do sistema nervoso central, e também reduz o esvaziamento gástrico, ou seja, o paciente se sente saciado por mais tempo. Além disso, diminui a resistência à insulina, controla a glicemia e reduz a vontade de ingerir alimentos gordurosos salgados.

“O Ozempic também previne doenças cardiovasculares. Ele é considerado um cardioprotetor. Os estudos ainda apontam que o remédio não age em outras áreas do sistema nervoso, por isso não causa alterações no sono, irritabilidade ou depressão, por exemplo”, comenta a especialista.

 Efeitos colaterais

Pacientes que utilizam o medicamento podem apresentar alguns efeitos colaterais como náuseas, constipação e, em alguns casos, diarreia. Contudo, essas reações não são tão comuns e podem, ainda assim, ser contornadas com ajuste na dose aplicada e mudanças na alimentação de acordo com o perfil de cada paciente.

A médica Jacira Caracik, especialista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, destaca que pacientes com histórico de pancreatite ou cálculo na vesícula não podem ser tratados com a medicação.

“Quem já teve inflamação no pâncreas não pode usar pelo risco de desenvolver um novo quadro, além de ser um dos efeitos colaterais da injeção, mesmo que seja algo muito raro”, pontua Caracik.

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Alguns famosos medicamentos são comercializados legalmente e sem a necessidade da retenção de receita. No entanto, não significa que sejam seguros ou eficazes. Pessoas com comorbidades, como hipertensão, diabetes ou hepatite A, alergias ou que tomam outras medicações podem ter sérios problemas, mesmo com os emagrecedores mais “naturais”
Por isso, só devem ser consumidos quando há indicação médica. Entre os riscos do uso indiscriminado estão dependência química, efeito sanfona e alterações gastrointestinais, cardíacas e renais
A maioria desses remédios age em receptores cerebrais, reduzindo o apetite e aumentando a saciedade. Alguns também agem como diuréticos, auxiliando na eliminação de líquidos corporais
Especialistas alertam que, além de chás e ervas não funcionarem no emagrecimento, as substâncias podem ser tóxicas para o fígado e para os rins, que são os dois órgãos do corpo responsáveis pela metabolização e excreção de substâncias e medicamentos
Os diuréticos são medicamentos que causam aumento do volume de urina e perda urinária de eletrólitos como: potássio, sódio e magnésio, além de água. Quando consumidos em excesso causam desidratação, reduzem a pressão arterial e podem causar arritmias cardíacas
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A utilização de remédios, chás para emagrecer e diuréticos sem prescrição médica pode ocasionar efeitos colaterais e gerar consequências irreversíveis e, até mesmo, fatais

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Alguns famosos medicamentos são comercializados legalmente e sem a necessidade da retenção de receita. No entanto, não significa que sejam seguros ou eficazes. Pessoas com comorbidades, como hipertensão, diabetes ou hepatite A, alergias ou que tomam outras medicações podem ter sérios problemas, mesmo com os emagrecedores mais “naturais”

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Por isso, só devem ser consumidos quando há indicação médica. Entre os riscos do uso indiscriminado estão dependência química, efeito sanfona e alterações gastrointestinais, cardíacas e renais

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A maioria desses remédios age em receptores cerebrais, reduzindo o apetite e aumentando a saciedade. Alguns também agem como diuréticos, auxiliando na eliminação de líquidos corporais

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Especialistas alertam que, além de chás e ervas não funcionarem no emagrecimento, as substâncias podem ser tóxicas para o fígado e para os rins, que são os dois órgãos do corpo responsáveis pela metabolização e excreção de substâncias e medicamentos

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Os diuréticos são medicamentos que causam aumento do volume de urina e perda urinária de eletrólitos como: potássio, sódio e magnésio, além de água. Quando consumidos em excesso causam desidratação, reduzem a pressão arterial e podem causar arritmias cardíacas

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O consumo de alguns chás pode favorecer o alívio dos sintomas de ansiedade.

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Durante o processo de emagrecimento é preciso mudar o estilo de vida e os hábitos. Por isso, é importante ser orientado por especialistas de educação física, endocrinologistas e nutricionistas

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Uso contínuo

De acordo com as endocrinologistas consultadas pelo Metrópoles, o Ozempic é um medicamento de uso contínuo indicado para aplicação semanal. Porém, o tratamento de cada paciente é individualizado. “Se a pessoa para de usar o remédio sem acompanhamento médico, ela volta a ganhar peso”, pondera Jacira.

Por isso, conhecer o comportamento alimentar e a rotina do paciente são importantes para determinar se as canetas serão eficientes no tratamento. Dependendo do caso, elas podem até ajudar, mas não resolverão o problema.

“Ele promove uma ação no organismo mais prolongada, por isso é usado uma vez por semana. No tratamento, as doses também são mais altas do que aquelas usadas em pacientes com diabetes. A aplicação contínua é a que traz mais benefícios nesse caso”, explica Daniela.

Acompanhamento médico

Apesar do Ozempic ter um bom perfil de segurança, a automedicação é totalmente contraindicada para o emagrecimento e pode causar riscos à saúde.

“O acompanhamento médico é fundamental para monitorar o tempo de uso da medicação, a dose adequada e promover uma mudança de vida voltada para a alimentação saudável e a prática de atividade física”, comenta a endocrinologista Daniela.

Para Jacira, apesar da grande desvantagem ser o preço do remédio, que pode dificultar o uso contínuo, ele é um dos mais indicados em consultório para pacientes obesos. “É um medicamento muito interessante, com resultados excelentes. Porém, sem uma mudança no estilo de vida, a medicação sozinha, não faz milagre”, diz.

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