Ozempic e similares serão investigados por gerar pensamentos suicidas
Injeções para perda de peso serão analisadas na Europa por terem possível elo com casos de depressão profunda e automutilação
atualizado
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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou que investigará remédios similares ao Ozempic por possível conexão com casos de pensamento suicida, automutilação e depressão profunda.
A investigação, segundo a BBC, que revelou o caso, surge a partir de notificação do governo da Islândia de três casos de suicídio no país que podem estar vinculados ao uso dos medicamentos injetáveis voltados para redução do apetite.
A possibilidade de depressão e pensamentos suicidas é aceita como efeito colateral de alguns remédios para emagrecer, mas não é tão comum. “Na realidade, medicamentos feitos para gerar quedas de açúcar no sangue, que também usados no combate a diabetes, são mais comuns de levar a quadros de depressão”, afirma a endocrinologista Tassiane Alvarenga, de São Paulo.
O que é o Ozempic?
O Ozempic é um remédio à base de semaglutida criado para o tratamento de pessoas com diabetes. Embora seu uso “off-label” tenha se popularizado para facilitar a perda de peso, a fabricante condena esse tipo de uso e tem remédios específicos para tal fim, como o Saxenda, que também entrará na lista de análise da EMA.
A agência europeia afirmou que fará investigação de medicamentos com semaglutida e liraglutida para reavaliar os riscos e analisar se são necessárias mudanças na bula do remédio. A bula do Ozempic 3 ml no Brasil não apresenta alterações do humor como possível efeito adverso.
Fabricante colaborará com o estudo
A Novo Nordisk, fabricante do medicamento, afirmou que nos ensaios clínicos não foi observada uma associação do uso do remédio com pensamentos suicidas. A farmacêutica está colaborando com a EMA para a investigação a fim de garantir a segurança dos pacientes. Confira abaixo o posicionamento completo da empresa.
A comercialização dos remédios como o Ozempic, porém, não será afetada durante a análise e aqueles que têm prescrição médica para seu uso e fazem acompanhamento poderão continuar com o tratamento de forma geral.
O posicionamento da fabricante:
“Sempre preocupada com a segurança de seus pacientes, a Novo Nordisk monitora continuamente relatos sobre o uso de seus medicamentos. Em todo o mundo, atualmente, mais de 6,3 milhões de pessoas utilizam os medicamentos da companhia baseados em análogos de GLP-1 (liraglutida e semaglutida).”
“A avaliação de dados de segurança coletados de grandes programas de ensaios clínicos com mais de 25 mil pessoas em todo o mundo, vigilância pós-comercialização e outras fontes relevantes de informação não comprovaram uma associação causal entre o uso de semaglutida ou a liraglutida e pensamentos de suicídio ou de automutilação.”
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