Órgão dos EUA desaconselha aspirina para pessoas com risco de infarto
Uso diário e em baixas doses do medicamento para evitar ataques cardíacos passa a ser contraindicado para pacientes com menos de 60 anos
atualizado
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Um grupo de especialistas da Força Tarefa de Serviços de Prevenção dos Estados Unidos decidiu, nesta terça-feira (12/10), contraindicar o uso de aspirina diária em doses baixas para pessoas com risco de ter ataque cardíaco ou derrame pela primeira vez.
Segundo os médicos, a chance de efeitos adversos sérios é maior do que os benefícios da prática. O uso ininterrupto do medicamento pode causar sangramentos e hemorragias, inclusive no estômago e cérebro. A recomendação vale para pessoas com menos de 60 anos — no caso de pacientes que já usam a aspirina diária, os especialistas pedem que o protocolo seja revisto com o profissional de saúde caso a caso.
“Quando olhamos para a literatura, a maioria dos artigos sugerem que a balança não é favorável para a maior parte das pessoas, há mais sangramentos do que ataques cardíacos prevenidos. E não falamos de nariz sangrando, mas de hemorragia no cérebro”, explica Amit Khera, um dos autores da recomendação, ao jornal The New York Times.
A aspirina é capaz de inibir a formação de coágulos sanguíneos e evitar bloqueio das artérias e, por isso, era indicada para pessoas predispostas a problemas cardíacos. Porém, para os médicos do órgão americano, outros medicamentos hoje são capazes de manejar a pressão alta e o colesterol e diminuir o risco de ataques cardíacos. “Hoje temos menos espaço para que a aspirina faça qualquer diferença”, afirma Donald M. Lloyd-Jones, presidente da Associação Americana do Coração.