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Cientistas observam orangotango tratando ferida com planta medicinal

Pela 1ª vez na história, pesquisadores observaram o uso de uma pasta feita de planta medicinal aplicada em um ferimento por um primata

atualizado

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Armas/Suaq Project
Imagem mostra um macaco orangotango com um machucado na bochecha - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra um macaco orangotango com um machucado na bochecha - Metrópoles - Foto: Armas/Suaq Project

Pesquisadores da Indonésia observaram, pela primeira vez na história, o uso de plantas medicinais como tratamento para feridas por primatas. O orangotango Rakus, que mora em uma reserva em Sumatra, foi visto aplicando uma pasta feita de folhas mastigadas em um machucado em seu rosto. O artigo foi publicado nessa quinta (2/5) na revista Scientific Reports.

O animal usou a trepadeira Akar Kuning, que é conhecida no país por suas capacidades antiinflamatórias e antibacterianas que é usada na Indonésia para tratar malária, desinteria e diabetes.

Rakus mastigou o caule e as folhas da planta, aplicou a pasta várias vezes na bochecha durante sete minutos, e depois cobriu o ferimento com as folhas mastigadas. A ferida fechou em cinco dias e, depois de um mês, o orangotango estava curado.

“Ele aplicou a pasta repetidamente e, mais tarde, também aplicou uma matéria vegetal mais sólida da planta. Todo o processo durou realmente um tempo considerável — por isso acreditamos que ele a aplicou intencionalmente”, explica Isabella Laumer, do Instituto Max Planck, na Alemanha, uma das autoras da pesquisa, em entrevista à BBC.

Planta medicinal em feridas

Os pesquisadores acreditam que Rakus se feriu durante uma briga com orangotangos rivais. Eles apontam que o primata pode ter tocado o machucado sem querer enquanto se alimentava e, sentindo alívio pelos efeitos da planta, repetiu o processo, ou aprendeu o tratamento com outros orangotangos.

Esta foi a primeira vez que um animal selvagem foi observado aplicando uma planta em uma ferida, mas outros primatas já foram vistos engolindo, mastigando ou se esfregando em plantas com propriedades medicinais.

“Somos mais semelhantes do que diferentes. Esse estudo fornece novos insights sobre a existência de automedicação em nossos parentes mais próximos e sobre as origens evolutivas da medicação de feridas de forma mais ampla. Esperamos que a pesquisa aumente a conscientização sobre seu status criticamente ameaçado na natureza”, completou a bióloga.

Os cientistas continuarão a pesquisa, observando de perto os outros orangotangos para verificar se o comportamento se repete.

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