Opas: vacinas não conseguem acabar com pandemia em todos países agora
Comportamentos preventivos, união de líderes mundiais e iniciativas como a Covax são cruciais para controlar a crise sanitária, diz diretora
atualizado
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Em entrevista coletiva virtual nesta quarta-feira (14/4), a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, alertou que as vacinas contra a Covid-19 podem não ser suficientes para interromper a crise de saúde na maioria dos países imediatamente.
Segundo ela, em um cenário de dificuldades para a obtenção dos imunizantes, a orientação da entidade é continuar seguindo medidas já sabidas para conter as transmissões do Sars-CoV-2 e suas variantes, como o uso de máscaras e o distanciamento social. “Precisamos lembrar o que já aprendemos sobre os riscos do vírus e como pará-lo”, alertou.
Na última semana, 1,3 milhão de pessoas tiveram diagnóstico de Covid-19 nas Américas, com quase 36 mil mortes, de acordo com Etienne. “A América do Sul continua a ser o epicentro da pandemia”, afirmou a representante da agência de promoção à saúde.
A autoridade destacou o aumento no número de casos em países da Bacia Amazônica, entre eles o Brasil. Etienne também reforçou que cepas mais contagiosas do coronavírus têm se disseminado pelas Américas.
A respeito da suspensão da vacinação com o imunizante da Johnson & Johnson nos Estados Unidos, a diretora da Opas afirmou que, em breve, as autoridades devem emitir “recomendações adicionais” sobre o tema.
A especialista frisou, contudo, que os efeitos adversos das vacinas são “muito raros”, recomendando que a aplicação da vacina AstraZeneca, que também registrou casos de coágulos sanguíneos raros, não seja interrompida.
Etienne pediu, ainda, que os líderes mundiais mostrem união para combater a pandemia, salientando a importância de iniciativas como a Covax Facility, consórcio de vacinas capitaneado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) voltado para a distribuição de imunizantes para países mais pobres.
Segundo ela, nas últimas semanas fornecedores das vacinas enfrentaram dificuldades, por isso houve uma desaceleração nas entregas. A expectativa é que a entrega das remessas seja normalizada rapidamente.
Veja como as vacinas contra a Covid-19 funcionam: