OMS: “Todas as vidas são importantes, não é hora de divergências políticas”
Em entrevista nesta segunda (29/06), representantes da OMS pediram que a pandemia de Covid-19 não seja tratada como tema político
atualizado
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Questionado, em entrevista coletiva na tarde desta segunda (29/06) sobre a situação do Brasil durante a pandemia do coronavírus, Michael Ryan, diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que o país está enfrentando um “grande desafio”.
“Se olharmos para o Brasil, ele representa uma proporção grande dos casos. Cerca de 26% dos diagnósticos e das mortes nas Américas foi registrada no país. Não se deve subestimar o tamanho e a complexidade de um país como o Brasil”, diz.
O diretor explica ainda que o país tem um histórico positivo de manejo de infecções e de criação de vacinas, mas que é necessário continuar lutando, de forma sustentada, nos níveis federal e estadual.
Política
Em uma resposta mais genérica sobre posicionamentos políticos durante a pandemia, Ryan afirmou que não é possível combater o coronavírus com ideologia, e que é o momento de cada cidadão e cada político se olhar no espelho e se perguntar se está fazendo o suficiente para controlar a disseminação. “A hora é agora, não temos tempo”, diz.
O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou ainda que, não importa o partido político, a maior missão dos governantes deve ser salvar vidas e fazer o melhor para o seu povo. “Mesmo se você estiver em lados diferentes, os cidadãos são os mesmos. Uma vida é importante, não importa o partido”, afirma.
Maria Van Kerkhove, epidemiologista responsável pela resposta da entidade à pandemia fez ainda um apelo para que a população escute a ciência e escolha saúde pública e experiência e não política.