OMS reforça recomendação sobre uso de máscaras na prevenção da Covid
Diretora técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, foi questionada sobre resultados de um novo estudo que sugere a ineficácia das máscaras
atualizado
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A diretora técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, rebateu, nesta quarta-feira (22/2), as informações apresentadas por um estudo que afirma que usar máscaras “provavelmente faz pouca ou nenhuma diferença” na proteção contra a Covid-19.
Durante coletiva de imprensa realizada em Genebra, na Suíça, a infectologista foi questionada sobre os resultados da metanálise feita pelo Cochrane Library. Maria afirmou que o uso de máscaras bem ajustadas ao rosto continua sendo uma das estratégias da OMS para reduzir a disseminação do coronavírus.
“O uso da máscara continua sendo uma das recomendações porque sabemos que são eficazes para a prevenção da doença, mas elas não funcionam sozinhas”, afirma a diretora da OMS ao lembrar de outras ferramentas vitais para acabar com a pandemia, como a vacinação.
A recomendação da OMS é que a população deve continuar a usar a máscara em locais com aglomeração, fechados ou pouco ventilados. Os indivíduos com suspeita de Covid-19 ou com o diagnóstico confirmado também devem usar o item quando estiverem próximos a outras pessoas.
A orientação também se destina àqueles que tiveram contato com infectados e às pessoas mais vulneráveis à infecção do coronavírus quando estiverem em público.
Metanálise é questionada
O novo estudo em questão foi publicado em 30 de janeiro, na Cochrane Library, um instituto conhecido por fazer revisões de estudos já publicados. Ele foi feito a partir da análise de 78 ensaios clínicos randomizados que analisaram o impacto das medidas físicas de mitigação da doença, incluindo o uso de máscara.
As pesquisas envolveram aproximadamente meio milhão de pessoas de todo o mundo. Algumas delas foram feitas antes da pandemia, para avaliar o impacto do uso de máscaras por profissionais da saúde na prevenção da gripe e de outras doenças respiratórias.
O artigo foi usado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em um ofício enviado à Anvisa em 13 de fevereiro sugerindo que a agência acabasse com a obrigatoriedade do uso da máscara nos aeroportos e aviões.
O documento, assinado pelo presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, causou revolta na comunidade científica por contrariar uma série de estudos feitos em todo o mundo que comprovam a eficácia das máscaras para conter a transmissão do vírus expelido por pessoas doentes e as recomendações de órgãos importantes como a OMS e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Além disso, os autores da revisão do Cochrane Library são conhecidos por defender a imunidade de rebanho e o “isolamento vertical”, duas teorias derrubadas ainda no início da pandemia por não terem e eficácia comprovada e colocarem a população em risco.
Em resposta ao CFM, a Anvisa afirmou pauta suas decisões a partir das melhores evidências científicas e que o uso correto da máscara é um ato de proteção individual e coletiva.
Os autores da revisão reconhecem limitações na análise, incluindo a metodologia usada nos estudos avaliados, a baixa adesão do uso das máscaras por muitas populações e o uso inconsistente ou incorreto do item de proteção, o que interfere nos resultados sobre a eficiência.
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