OMS recomenda que ivermectina não seja usada em pacientes com Covid-19
Antiparasitário não tem eficácia na prevenção da doença e pode causar danos graves à saúde, como hepatite medicamentosa
atualizado
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quarta-feira (31/1), que não recomenda o uso da ivermectina no tratamento de pacientes com Covid-19. A recomendação foi divulgada em um comunicado no qual a agência internacional afirma que o uso do medicamento em infectados pelo Sars-CoV-2 deve ser feito somente em ensaios clínicos, dentro de protocolos de pesquisa.
De acordo com Janet Díaz, em entrevista coletiva realizada hoje, a orientação do órgão é que o fármaco — usado no tratamento de infestações por parasitas, como, por exemplo, piolhos — não seja administrado “independentemente do nível de gravidade ou de duração dos sintomas” da Covid-19.
O uso indiscriminado de remédios pode causar problemas sérios de saúde. O consumo exagerado da ivermectina, por exemplo, vem resultando em casos de hepatite medicamentosa, uma grave inflamação do fígado.
No Brasil, já há relatos de pacientes que tiveram que passar por transplantes de fígado depois de terem se intoxicado com o medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19. Em 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também se posicionou contra o uso da ivermectina para prevenir casos de coronavírus.
Um estudo colombiano publicado no início de março comprovou que o remédio realmente não tem efeito contra o coronavírus. Dos 476 pacientes avaliados, 15 tomaram ivermectina e precisaram interromper o tratamento, por efeitos adversos. Quatro pacientes tiveram falência múltipla de órgãos decorrente da Covid-19.
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