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- Foto: reprodução Twitter Organização Mundial da Saúde
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (16/3), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que alguns países da Ásia e Europa estão voltando a ter curvas de transmissão do coronavírus ascendentes e que isso pode ser apenas a ponta do iceberg, pois o número de testes caiu muito.
“Cada país está enfrentando uma situação diferente, com desafios diferentes, mas a pandemia não acabou”, disse Adhanom.
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Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron foi classificada pela OMS como de preocupação
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Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
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Segundo a OMS, a Ômicron é mais resistente às vacinas disponíveis no mundo contra as demais variantes e se espalha mais rápido
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Dores no corpo, na cabeça, fadiga, suores noturnos, sensação de garganta arranhando e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas
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Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo
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O surgimento da variante também é uma incógnita para cientistas. Por isso, pesquisadores consideram três teorias para o desenvolvimento do vírus
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A primeira é que a variante tenha começado o desenvolvimento em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível
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A segunda é que surgimento da Ômicron pode estar ligado ao HIV não tratado. A terceira, e menos provável, é que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano
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De qualquer forma, o sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta
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Com medo de uma nova onda, países têm aumentado as restrições para conter o avanço da nova variante
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De acordo com documento da OMS, a Ômicron está em circulação em 110 países. Na África do Sul, ela vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa
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Mesmo em países onde o número de pessoas vacinadas é alto, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente
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No Brasil, 32 casos foram registrados, segundo balanço divulgado no fim de dezembro pelo Ministério da Saúde
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Por conta da capacidade de disseminação da variante, a OMS orienta que pessoas se vacinem com todas as doses necessárias, utilizem corretamente máscaras de proteção e mantenham as mãos higienizadas
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A entidade ressalta ainda a importância de evitar aglomerações e recomenda que se prefiram ambientes bem ventilados
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Na última semana, a OMS registrou aumento de 8% em novos casos globais. Segundo a diretora técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, o crescimento de casos se deve à persistente transmissão da variante Ômicron, à disseminação da sublinhagem BA.2, ao relaxamento das medidas sociais e das restrições e à divulgação de informações equivocadas pelas autoridades.
“Há uma grande quantidade de má informação, de que a pandemia acabou, de que a Ômicron é leve e de que essa é a última variante que vamos lidar”, disse Van Kerkhove.
“Nós entendemos que o mundo precisa e quer prosseguir, mas esse vírus se dissemina de forma muito eficiente, quanto mais se disseminar, mais terá mutações. A boa notícia é que temos ferramentas, como uso da máscara e distanciamento, e sabemos que vacinas salvam vidas. Trata-se de uma abordagem em camadas”, continuou a diretora.
Ainda durante a coletiva de imprensa, o diretor de Emergências da OMS, Michael Ryan, explica que é esperado um novo crescimento de casos pois a imunidade das pessoas vacinadas cai com o tempo. “Ele vai sobrevier nesses bolsões de suscetibilidade, passar de um local para outro. Ele pode ficar ali dormente em uma comunidade até que outra se torne suscetível”, disse Ryan.