OMS e programa da ONU pedem fim da venda de animais vivos em mercados
Agências alertam para o risco de contaminação e lembra que mais de 70% das doenças infecciosas em humanos têm origem em animais selvagens
atualizado
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Em nota conjunta publicada na manhã desta terça-feira (14/4), a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE) e o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep) pedem a suspensão da venda de animais vivos em mercados ao redor do mundo.
Animais, principalmente selvagens, são a fonte de mais de 70% de todas as doenças infecciosas em humanos, muitas delas causadas por vírus novos. “Mamíferos selvagens, principalmente, ameaçam o surgimento de novas doenças. Eles são vendidos em mercados sem qualquer forma de checar se estão carregando vírus perigosos”, alerta a nota.
As agências destacam que a transmissão direta acontece quando o humano tem contato com saliva, sangue, urina, muco, fezes ou qualquer outro fluido corporal de um animal infectado. Além disso, o risco é maior em áreas onde os animais ficam presos. Objetos e superfícies nesses locais também podem estar contaminados com vírus.
“Globalmente, mercados tradicionais são essenciais em prover comida e fonte de renda para grandes populações. Banir a venda desses animais pode proteger a saúde das pessoas – as que trabalham no local, e as que fazem compras”, afirmam.
Apesar de não haver confirmação sobre as origens do coronavírus até o momento, o mercado de Wuhan é apontado como um dos epicentros da pandemia da Covid-19. A OMS acredita que o vírus estava circulando na China antes de os primeiros casos serem confirmados, mas o mercado está possivelmente ligado à transmissão do micro-organismo.